Alguns meses atrás, um relato publicado no Washington Post deixou todo o mundo bastante preocupado. Na ocasião, foi dito que os responsáveis pela verificação de aparelhos celulares suspeitos poderiam realizar os rastreios a qualquer momento, incluindo situações em que o telefone em questão estivesse desligado. O mais curioso é que isso seria fruto de um projeto criado nove anos atrás pela própria NSA.
Até hoje não foram revelados detalhes técnicos de como isso tudo funcionaria, sendo que não há qualquer explicação de quais seriam os hardwares ou softwares necessários para um rastreamento de aparelhos inativos. Mesmo assim, uma empresa britânica de segurança digital chamada Privacy International conduziu uma pesquisa com oito grandes fabricantes de telefones para conseguir respostas mais satisfatórias.
O que dizem as empresas?
Quatro delas enviaram respostas para a Privacy International, mas nenhuma deu explicações claras que refutem totalmente as informações do Washington Post. A Google, por exemplo, informou que não há nenhum setor do sistema operacional Android que permaneça ativo ou enviando sinais quando os smartphones estão desligados. No relato, também foi dito que a Google não possui qualquer meio de ligar um telefone remotamente.
Outra empresa a se manifestar foi a Samsung. O vice-presidente da empresa coreana afirmou que “sem uma fonte de energia, não é possível transmitir qualquer sinal, uma vez que os componentes estão inativos”. A Samsung apenas cita que é possível que existam malwares que imitem o desligamento dos aparelhos por falta de bateria, mas os mantenham ativos, mas não deu exemplos práticos.
(Fonte da imagem: ThinkStock)
A Nokia também não consegue explicar como seria possível fazer com que celulares desligados pudessem emitir frequências rastreáveis, pelo mesmo motivo: “sem fonte de energia”. Somente a Ericsson informou que seria possível realizar tal rastreamento, mas para isso seria necessário utilizar um malware que tornaria os smartphones muito mais vulneráveis.
Por outro lado, é preciso lembrar que a reportagem do Washington Post afirma que o sistema foi criado nove anos atrás e é praticamente impossível que uma falha de segurança possa durar tanto tempo sem ser notada — ainda mais quando pensamos em diversos sistemas diferentes. Até o fechamento desta notícia, Apple, BlackBerry, HTC e Microsoft não haviam se manifestado acerca das denúncias para a Privacy International.
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