Retrospectiva de cibersegurança 2024: relembre os piores ataques, invasões e bugs

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O ano de 2024 foi movimentado no campo da cibersegurança. A cada mês, fomos impactados com notícias sobre novos incidentes como vazamentos de dados, invasões a sistemas e comprometimento de serviços de empresas inteiras.

Além disso, o período envolveu a continuidade de formas de ataque que já estavam em alta, como ransomwares. As vítimas foram variadas, de grandes conglomerados e sistemas governamentais até o cidadão brasileiro que simplesmente estava cadastrado em uma plataforma digital.

O TecMundo selecionou alguns dos principais acontecimentos em cibersegurança do ano, incluindo ataques e algumas controvérsias. 

A retrospectiva serve também para identificarmos assuntos em alta que provavelmente voltarão a ser notícia em 2025.

Ataques e invasões

O ano não foi nada tranquilo em termos de ciberataques contra corporações e instituições públicas. Tanto em quantidade de alvos quanto na gravidade dos ataques, foram registrados vários incidentes que derrubaram sistemas e prejudicaram serviços ao redor do mundo.

A Disney foi uma das gigantes afetadas. Em julho, cerca de 1 TB de dados internos da companhia foram obtidos, incluindo conversas sobre projetos em desenvolvimento e outras questões corporativas. O popular e importante serviço Wayback Machine também sofreu bastante com ciberataques, sendo derrubado duas vezes em outubro e operando por algumas semanas de forma limitada.

Em larga escala e ainda sem dados concretos, o governo dos EUA ainda registrou uma possível invasão de hackers de origem chinesa contra redes de telecomunicações do país durante vários meses de 2024. Diversas operadoras teriam sido afetadas e até o FBI passou a sugerir o uso de aplicativos mais seguros de troca de mensagens pela população.

No Brasil, os casos de destaque incluem um ataque contra os sistemas das lojas da rede Marisa em novembro. O ransomware Medusa "trancou" o acesso a serviços internos e fez até algumas lojas físicas passaram por problemas momentâneos.

Uma suposta imagem de aviso sobre um ataque sofrido pelo Medusa.
Uma suposta imagem de aviso sobre um ataque sofrido pelo Medusa. (Imagem: Daniel/X @geekcom2)

Em outubro, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi alvo de um ataque que gerou instabilidade na rede interna. Quem reivindicou a autoria foi o grupo RansomHouse, que não obteve o pagamento solicitado para liberação dos sistemas.

Fora dos ransomwares e invasões por engenharia social, em outubro foi registrado o maior ataque DDoS da história — que até foi neutralizado a tempo por serviços como Google, Amazon e Cloudflare, mas envolveu números impressionantes. Ao todo, foram 398 milhões de solicitações por segundo (RPS) de acesso a páginas, algo possível pela exploração de uma vulnerabilidade de protocolos.

Grandes vazamentos de dados

Uma das principais consequências de invasões a sistemas internos de empresas ou governos, o vazamento ou a comercialização de dados seguiu como uma tendência entre as ameaças digitais em 2024.

Nos Estados Unidos, aconteceu o provável caso mais grave: em agosto, informações de quase 3 bilhões de pessoas foram expostas, incluindo o número de seguro social — que é o equivalente ao nosso CPF. O TecMundo adiantou com exclusividade que o responsável por obter os 277 GB de dados foi um hacker brasileiro.

O aviso em um fórum de cibercrimes sobre o vazamento de dados dos EUA. (Imagem: Hackread.com/Reprodução)
O aviso em um fórum de cibercrimes sobre o a venda de dados dos EUA. (Imagem: Hackread.com/Reprodução)

Em novembro, dados bancários de 250 mil brasileiros originados de empresas de crédito pessoal vazaram em um fórum — aumentando a já alta quantidade de informações pessoais sobre o cidadão disponíveis em várias fontes. 

Clientes nacionais da BMW foram prejudicados por um vazamento que incluiu até a renda mensal das vítimas. Além disso, um malware resultou também na divulgação de dados pessoais de brasileiros já identificados por compartilharem materiais de abuso sexual infantil.

O ano ainda foi difícil para o Pix, que já é o sistema de pagamentos mais popular do país. Foram registradas ao menos dez vazamentos de chaves de clientes de diferentes instituições ao longo do ano, o que reforça a necessidade de cuidados por parte do público. O mais grave aconteceu na Qesh, em setembro, quando dados cadastrais de 53.383 chaves Pix foram expostos — incluindo nome do usuário, CPF, instituição, agência e número da conta.

Outros incidentes de peso que ocorreram em 2024 incluem:

Prisão, apagão e banimento

Além dos casos citados, o campo da proteção digital, privacidade e integridade de sistemas também foi marcado por outros acontecimentos em 2024. Talvez o mais lembrado aconteceu em julho: o "apagão cibernético" causado por incidentes de incompatibilidade em serviços oferecidos pela empresa CrowdStrike.

Como resultado, sistemas de vários serviços importantes passaram até mesmo dias fora do ar, prejudicando até bancos e aeroportos. As correções demoraram dias para serem realizadas, muito por questões relacionadas ao Windows, e os prejuízos foram na casa dos bilhões de dólares.

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O "apagão cibernético" gerou instabilidades globais e se originou em um sistema de segurança. (Imagem: GettyImages)

Outra notícia impactante aconteceu em abril. O hacker conhecido como VandaTheGod foi preso na Bahia, suspeito de ser o responsável pelo maior vazamento de dados do Brasil. No mesmo mês, o governo revelou que foi alvo de um desvio de R$ 3,5 milhões em recursos de um ministério, graças a alterações irregulares feitas em um sistema de transferência.

O banimento da empresa de cibersegurança Kaspersky nos Estados Unidos também pegou o público de surpresa. Em junho, ela anunciou o encerramento das atividades no país após acusações de ser um risco para a segurança nacional ao ter origem russa.

Na metade do ano, uma das notícias de maior impacto no Brasil foi positiva: o país foi o primeiro a receber o recurso Bloqueio por Detecção de Roubo do Android, reduzindo eventuais prejuízos na perda de um celular.

Em novembro, um bug na fintech brasileira Nubank virou notícia porque permitiu o saque "de graça" por clientes em caixas eletrônicos — em uma questão que pode até virar dor de cabeça jurídica para os envolvidos.

 

Para 2025, algumas dessas tendências devem continuar em alta. Confira aqui o que é necessário para uma navegação realmente segura e como manter boas práticas de cibersegurança no seu dia a dia.

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