Telegram: mais de 1 milhão de usuários compartilham pornografia infantil, diz relatório

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Mais de 1 milhão de usuários do Telegram estão compartilhando imagens de abuso sexual infantil, aponta um relatório sobre crimes sexuais contra crianças no meio digital elaborado pela SaferNet. O documento será entregue ao Ministério Público Federal (MPF) nesta quarta-feira (23).

Acompanhando as interações no app de mensagens entre os meses de julho e setembro, a ONG do segmento de segurança digital identificou 41 comunidades em que são realizadas discussões ou trocas de material pornográfico infantil. Em apenas uma delas, havia mais de 200 mil participantes.

O levantamento mostra grande presença de brasileiros nos grupos de pedófilos do Telegram. (Imagem: Getty Images)O levantamento mostra grande presença de brasileiros nos grupos de pedófilos do Telegram. (Imagem: Getty Images)Fonte:  Getty Images/Reprodução 

Somando a quantidade de pessoas em cada um desses grupos, o total foi de 1,25 milhão de usuários, número considerado expressivo pelos autores do estudo mesmo descartando os bots e contas duplicadas. Eles também observaram uma grande presença de brasileiros nessas comunidades.

Os pedófilos se comunicam por meio de códigos no Telegram, com quase metade das expressões utilizadas nas conversas aparecendo em português, de acordo com a SaferNet. A quantidade de termos no idioma oficial do Brasil superou a de palavras em inglês e espanhol.

Plataforma propícia à prática criminosa

Conforme os especialistas em segurança digital da ONG, a grande quantidade de pessoas compartilhando imagens de abuso sexual infantil no Telegram não é por acaso. Para eles, o mensageiro apresenta características que facilitam a promoção deste e de outros conteúdos ilícitos.

“É um aplicativo que não tem times de segurança, não existem canais de denúncias apropriados, não existe moderação de conteúdo, não existem ferramentas de detecção. A empresa acaba atuando como uma plataforma a serviço do crime”, afirmou o presidente da SaferNet, Thiago Tavares, ao Jornal Nacional.

Vale lembrar que o CEO do Telegram, Pavel Durov, foi preso na França, em agosto, acusado de não tomar medidas para evitar o uso do app de mensagens para diversas práticas criminosas. Dias depois de ser solto, o executivo prometeu aprimorar a moderação de conteúdo do serviço.

Fontes

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