Um dos hackers que liderava o grupo Anonymous Sudan, responsável por mais de 35 mil ataques cibernéticos em todo o mundo, pode ser condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos, onde está detido. Detalhes sobre o caso foram divulgados pelo Departamento de Justiça dos EUA na quarta-feira (16).
De acordo com a acusação, os irmãos Ahmed Salah e Alaa Salah são as mentes por trás dos milhares de ataques de negação de serviço (DDoS) contra centenas de organizações governamentais e militares. Gigantes da tecnologia, da comunicação e dos games, a OpenAI, o FBI e o Pentágono também foram alvos.
Os ataques liderados pelo grupo causaram milhões de dólares em prejuízos.Fonte: Getty Images/Reprodução
O grupo liderado pelos sudaneses mirou, ainda, sistemas de aeroportos e hospitais. Em um desses ataques DDoS, o departamento de emergência do hospital Cedars-Sinai Medical Center de Los Angeles (EUA) ficou inoperante por oito horas, em fevereiro, fazendo com que pacientes fossem redirecionados para instalações próximas.
Em outras ocasiões, o Anonymous Sudan, que aparentemente não possui ligação com o coletivo Anonymous original, também atacou o sistema de alerta de mísseis usado por Israel, desativando-o em meio a ataques do Hamas. Além disso, o serviço na nuvem Azure da Microsoft e o ChatGPT ficaram fora do ar várias vezes após ações do grupo.
Prisão e julgamento
Os ataques liderados pelos irmãos sudaneses foram interrompidos em março, quando computadores e servidores usados por eles acabaram apreendidos durante uma grande operação policial. O canal que os cibercriminosos mantinham no Telegram para divulgar seus serviços ilícitos também foi fechado.
A ação maliciosa direcionada ao hospital rendeu as acusações mais graves à dupla, por ter colocado os pacientes em risco, segundo a justiça americana. Por este e outros crimes cibernéticos, Ahmed pode pegar uma pena máxima de prisão perpétua, enquanto Alaa tem chance de ser condenado a cinco anos de detenção.
“As ações provocadas por este grupo foram insensíveis e descaradas”, declarou o promotor principal do caso, Martin Estrada. O Departamento de Justiça não forneceu maiores detalhes sobre a prisão da dupla nem quando acontecerá o julgamento dos dois cibercriminosos.
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