De acordo com o The Intercept, um relatório interno da Meta informa que uma brecha de segurança no sistema de troca de mensagens do WhatsApp pode estar sendo usada por governos para espionar e caçar dissidentes e opositores. O documento teria sido escrito por funcionários da empresa que pediram para não ser identificados, e cita que Israel estaria explorando a falha para decidir quem assassinar em meio à guerra contra a Palestina.
A vulnerabilidade se baseia na análise de tráfego, uma técnica primitiva de monitoramento de rede que tem como base o levantamento do tráfego de dados na internet a nível nacional. O documento diz que o WhatsApp não é o único mensageiro instantâneo suscetível a esse tipo de monitoramento, mas que o alerta deveria ser de interesse especial da Meta.
Análise de tráfego no WhatsApp poderia ser usada para vigilância governamental, dizem fontes anônimas.Fonte: GettyImages
As fontes alegam que a Meta ressalta a segurança do WhatsApp por meio das mensagens criptografadas. No entanto, a análise de tráfego poderia fornecer a governos a identidade dos contatos durante uma conversa individual ou em um grupo privado, além do momento em que a comunicação foi realizada, e, talvez, até mesmo a localização dos usuários.
O relatório é contundente ao afirmar que os engenheiros do WhatsApp têm consciência dos riscos desde o ano passado, mas que sabem que dificilmente poderão convencer a Meta a encontrar uma solução. Duas possíveis soluções seriam: atrasar artificialmente as mensagens para impedir a localização geográfica dos remetentes e destinatários dos dados; ou ainda fazer com que o app transmita um fluxo regular de dados falsos para camuflar conversas reais.
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No entanto, a implementação dessas correções não seria nada fácil: a primeira poderia deixar a comunicação lenta para bilhões de usuários, incluindo os que não estão sendo monitorados. Já a segunda causaria altas taxas em planos de dados móveis, além de drenar a bateria dos celulares.
Israel estaria explorando a falha contra a Palestina
O relatório cita que, possivelmente, Israel está explorando a vulnerabilidade do WhatsApp para decidir quem serão suas próximas vítimas no território de Gaza. As fontes disseram que já emitiram um alerta interno na Meta, mas sem sucesso. Segundo as fontes, não há uma política para assegurar que os alvos são dissidentes, opositores ou combatentes de guerra.
Ao veículo, o a porta-voz da Meta Christina LoNigro diz que o "WhatsApp não tem backdoors e não temos evidências de vulnerabilidades no funcionamento" do aplicativo. Ela também afirma que as vulberabilidades seriam apenas "teóricas".
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