Nos últimos anos, tem aumentado o número de ameaças envolvendo dispositivos conectados em uma rede. Neste cenário, um dos itens mais comuns de ser hackeado é a câmera, manobra que ficou conhecida como camfecting.
E aí, a pergunta que fica no ar é: como saber se uma pessoa invadiu sua câmera e o que é possível fazer para evitar que isso aconteça? É exatamente sobre isso que falaremos nas linhas a seguir.
Propósito do camfecting é ganhar acesso à câmera de uma pessoa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Fonte: Getty Images/Reprodução
O que é camfecting?
Em linhas gerais, camfecting é um termo usado para descrever a prática de hackers ou invasores que ganham acesso a webcams de computadores sem o consentimento do usuário.
Isso geralmente é feito por meio de malware instalado no computador da vítima, permitindo que os invasores ativem remotamente a câmera e a utilizem para espionagem.
Como qualquer outra forma de invasão, a camfecting é uma violação séria da privacidade. Dessa forma, o resultado de tal ação geralmente inclui roubo de identidade, extorsão, chantagem e exposição de informações pessoais, apenas para citar alguns exemplos.
Como saber se a sua câmera foi invadida?
O camfecting é algo que pode acontecer com a câmera do notebook ou até mesmo equipamentos de vigilância de uma casa inteligente. Em caso de suspeita, há algumas medidas que você pode tomar para saber se o equipamento foi comprometido. Confira as principais a seguir:
1. Monitore atividade suspeita no seu computador
Fique atento a atividades incomuns no seu computador, como a luz indicadora da webcam acendendo sem motivo aparente, ou se a câmera está ativada quando você não a está usando.
2. Fique de olho no tráfego de rede
Outra medida importante para verificar o camfecting: use um software de monitoramento de rede para verificar se há comunicações suspeitas do seu computador para IPs desconhecidos. Isso pode indicar a presença de malware tentando enviar dados da sua câmera para um invasor.
3. Observe os programas em execução
Utilize o Gerenciador de Tarefas (no Windows) ou o Monitor de Atividade (no macOS) para ver quais programas estão em execução no seu computador. Em caso de suspeita, a medida é procurar por aplicativos que possivelmente estão controlando sua câmera.
Se a sua câmera começara a agir de maneira estranha, observe todas as atividades suspeitas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Fonte: Getty Images/Reprodução
4. Não ignore portas abertas
Use ferramentas de monitoramento de rede ou firewalls para verificar se existem portas de rede abertas em utilização por aplicativos desconhecidos.
Se um aplicativo malicioso estiver transmitindo dados da sua câmera para um servidor remoto, você poderá detectar isso monitorando as portas de rede abertas.
5. Analise registros de sistema
Revise os registros de sistema do seu computador em busca de atividades incomuns ou eventos relacionados à câmera. Isso pode incluir entradas de log que indicam tentativas de acesso à câmera por programas desconhecidos.
6. Verifique configurações de privacidade
Revise as configurações de privacidade do seu sistema operacional e aplicativos. O propósito dessa ação é garantir que apenas os aplicativos autorizados tenham permissão para acessar sua webcam.
Se você notar que um aplicativo desconhecido tem permissão para acessar sua câmera, isso pode indicar que seu sistema foi comprometido. Em caso positivo, entre em ação imediatamente.
7. Teste de câmera
Por fim, mas não menos importante: execute um teste de câmera para verificar se a câmera está funcionando corretamente e se você tem controle total sobre ela.
Caso perceba algum comportamento estranho durante o teste, como movimentos da câmera sem o seu comando, isso pode indicar que a câmera foi comprometida.
Fique atento a atividades suspeitas para evitar qualquer possibilidade de camfecting. (Fonte: Getty Images/Reprodução)Fonte: Getty Images/Reprodução
Como evitar ser vítima do camfecting?
Por ser uma manobra que pode acontecer com qualquer pessoa, algumas medidas podem diminuir as chances de ser afetado pelo camfecting. Confira:
1. Mantenha seu software atualizado
Mantenha seu sistema operacional, navegador da web, antivírus e outros programas atualizados com as versões mais recentes. Elas geralmente incluem patches de segurança que protegem contra vulnerabilidades conhecidas.
2. Cubra a sua webcam
Pode parecer uma dica boba, mas acredite: tampar a webcam quando ela não está em uso é uma ótima defesa, pois vai impedir a visualização de qualquer imagem por um invasor.
Se o seu notebook não tiver a trava que bloqueia o visor da câmera, você pode colocar um adesivo sobre ela. Isso impede que o dispositivo seja ativado sem o seu conhecimento, mesmo se for comprometido por algum tipo de malware.
3. Cuidado com links e anexos suspeitos
Evite clicar em links suspeitos originários de e-mails, mensagens de texto ou em sites não confiáveis. Da mesma forma, tenha cuidado ao abrir anexos de e-mails, especialmente se forem de remetentes desconhecidos.
Lembre-se que uma das formas mais comuns de invasão a dispositivos ainda é por meio de brechas exploradas em links desconhecidos. Por isso, vale redobrar a atenção nesse sentido.
4. Use senhas fortes e únicas
Uma das formas de invasão mais comuns ainda envolve explorar o uso de senhas comuns, especialmente nas conexões via Wi-Fi. Por isso, o uso de combinações fortes pode evitar, por exemplo, que a câmera da sua casa inteligente seja afetada por um invasor.
Lembre-se também de, sempre que possível, ativar o método de autenticação de dois fatores. Por exigir uma confirmação adicional, isso geralmente dificulta a ação de invasores.
5. Tenha softwares de segurança abrangente
Além de um antivírus, considere usar soluções de segurança abrangentes que incluam recursos como proteção contra phishing, monitoramento de rede e proteção contra ransomware. Dessa forma, você adiciona obstáculos a mais caso alguém tente invadir o seu dispositivo.
Gostou das nossas dicas para reconhecer e se proteger do camfecting? Compartilhe com seus conhecidos, a aproveite para ler também sobre coisas que podem queimar a câmera do seu celular. Até a próxima!
Fontes