Uma reportagem especial, publicada pela BBC News Brasil na sexta-feira (2), relata o sofrimento de pessoas que foram vítimas das chamadas “quadrilhas do Pix” e, após terem seu dinheiro surrupiado de suas contas, agora lutam para que os bancos lhes restituam os valores.
Um caso relatado sob nome fictício, no qual o cliente sofreu um prejuízo de mais de R$ 70 mil no final de junho – entre empréstimos, saque e compras no cartão de crédito – foi resolvido parcialmente 50 dias depois, quando os bancos Itaú e Inter devolveram o dinheiro levado. Mas o banco Santander recusou-se a devolver mais de R$ 40 mil levados pelos criminosos.
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Inquirido pela emissora, o banco Santander afirmou que se trata de um caso de segurança pública e que não irá reembolsar o cliente. "O Santander informa que todas as transações contestadas foram autorizadas do aparelho do cliente e com validação de suas credenciais. O Banco possui procedimentos de segurança que foram ativados e validados junto ao Sr. *nome fictício*, que autorizou os lançamentos”.
Fonte: Shutterstock/Reprodução.Fonte: Shutterstock
O que os clientes prejudicados devem fazer?
Em outro caso relatado, um representante comercial foi abordado por um grupo de criminosos na Grande São Paulo e constrangido a entregar celular e senhas. Os bandidos fizeram duas transferências via Pix, em um total de R$ 35 mil e duas compras no cartão de crédito: R$ 35.999.
Procurado pela reportagem, o Itaú divulgou uma nota afirmando que adotou todas as medidas possíveis para tentar impedir as transações e que não irá devolver o dinheiro do representante.
A advogada Tatiana Viola de Queiroz afirmou à BBC que os clientes devem reclamar no SAC e na ouvidoria das empresas e, se não atendidos, buscar o Bacen e o Procon. Se não resolver, devem ir à Justiça. "Os bancos também esquecem que isso é um risco do negócio. Assim como lucram pelo serviço prestado, devem arcar com o ônus. É obrigação do banco fornecer um serviço seguro", conclui a advogada.
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