A Planned Parenthood, organização que atua na área de saúde reprodutiva nos Estados Unidos, pode compartilhar, com as gigantes da tecnologia, dados de mulheres que utilizam seu site em busca de clínicas de aborto. É o que aponta uma matéria do Washington Post, publicada na quarta-feira (29).
Com a decisão da Suprema Corte americana de derrubar uma lei que protegia o direito ao aborto nos EUA, o procedimento está proibido, até o momento, em pelo menos 17 estados. A partir daí, o sistema da entidade começou a receber mais visitantes em busca de clínicas que realizam a interrupção da gravidez e para agendar o serviço.
No entanto, a rede não estaria mantendo sob sigilo as informações de quem utiliza os serviços disponibilizados, de acordo com investigação feita pela Lockdown Privacy, que desenvolve um app para evitar o rastreamento online. Tal prática coloca em risco as usuárias da plataforma.
Dados de quem busca opções de aborto na entidade podem ser compartilhados com o governo.Fonte: Shutterstock
“Analisamos e revisamos os comportamentos de rastreamento de centenas de aplicativos e sites e é raro ver esse grau de descuido com dados de saúde sensíveis”, disse o fundador do app, Johnny Lin. As informações podem ser usadas para identificar requerentes de aborto nos estados onde ele é proibido e resultar em processo judicial contra elas.
Dados compartilhados
Endereço de IP, código postal aproximado, a clínica escolhida e até o método de aborto solicitado são algumas das informações que a organização pode compartilhar com as big techs. As empresas que teriam acesso aos dados incluem Google, Facebook, TikTok e a ferramenta de análise de dados Hotjar.
Ao jornal, uma porta-voz da entidade disse que os dados são coletados por rastreadores para melhorar as estratégias de marketing, mas não confirmou se o procedimento será revisto após a proibição do aborto no país. Já as gigantes da tecnologia não comentaram se cederiam as informações às autoridades em uma eventual solicitação.
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