O tema da privacidade é bastante antigo, mas segue atual. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor em setembro de 2020, embora as sanções só tenham se tornado aplicáveis a partir de agosto deste ano, o que mexeu com o mercado. Inclusive, surgiram alguns cargos relacionados ao tema, como encarregado de proteção de dados (DPO).
Todo esse papo levanta a discussão sobre o cuidado que devemos ter com nossas informações pessoais.
Mesmo que o dispositivo da lei sirva para proteger os dados dos usuários, também é nosso dever estarmos atentos a como disponibilizamos tudo aquilo que pode se tornar sensível ao navegarmos na web. Afinal, a privacidade é um direito das pessoas e um dever das empresas.
Pensando nisso, criamos este artigo para colocar o assunto em discussão: afinal, o que é a privacidade, especialmente no meio digital? E como esse tópico acabou criando carreiras promissoras para aqueles que desejam se especializar no cuidado das informações pessoais dos outros?
O que é privacidade?
A privacidade sempre esteve intimamente ligada ao ato de permanecer só. (Fonte: Shutterstock)
É muito difícil conceituar o termo "privacidade" de forma definitiva, especialmente se levarmos em conta como a sociedade muda. Rafael Zanatta, diretor da Data Privacy Brasil, ajuda a esclarecer esse assunto explicando que, no fim do século 19, a privacidade estava intimamente ligada ao direito de ser deixado sozinho.
Zanatta conta que existe um artigo jurídico famoso (O Direito à Privacidade) que define a expressão como um aspecto dos direitos da personalidade.
O fato é que muitos anos atrás esse termo se pautava em ideias relacionadas à separação entre o público e o privado, conceito que hoje não se sustenta.
Nos anos 1960, Alan Westin criou uma teoria interessante a respeito da privacidade, teorizando quatro dimensões sobre o termo, a qual chamou de “quatro condições psicológicas da privacidade” que podem ser divididas da seguinte forma:
solitude: trata da condição de estar livre da observação de outros;
intimidade: é a reclusão necessária para se associar (algo necessário para casais, por exemplo);
anonimidade: é a condição de permanecer desconhecido e livre de identificação;
reserva: é o desejo de limitar a revelação de informações para outros.
Essa teoria permanece influente, embora tenha sido expandida por outros teóricos que estudam a privacidade. Helen Nissembaum propôs a construção de uma teoria unitária da privacidade levando em conta a integridade contextual da informação.
Já filósofos, como Anita Allen, acreditam que a privacidade informacional não é a única, ao se ramificar para privacidade sexual, corpórea, espacial e outros tipos.
Portanto, embora o termo esteja atualmente ligado ao direito à reserva de informações e da própria vida pessoal, é um conceito que está evoluindo constantemente.
O diretor da Data Privacy Brasil destaca, por exemplo, que Bert-Jar Koops, um pensador contemporâneo do assunto, acredita que há oito tipos de privacidade que variam de dimensões de controle e acesso, além da privacidade a bens materiais e físicos.
Por que devemos nos preocupar com a privacidade?
Já imaginou um governo que não se preocupa com a privacidade dos cidadãos? (Fonte: Shutterstock)
Ainda de acordo com Zanatta, preocupar-se com a privacidade está ligado a direitos como liberdade, autonomia e livre desenvolvimento de personalidade. Não ligar para essa questão é se deixar ser controlado, eliminando a própria subjetividade e capacidade autorreflexiva.
Assegurar a privacidade, a proteção de dados e outros direitos é um dos papéis da LGPD, um componente de um plano mais amplo de garantir direitos fundamentais para os brasileiros.
Com a Lei de Acesso à Informação e o Marco Civil da Internet, a LGPD promove a liberdade de expressão, o acesso à informação e ainda fomenta a prática da cidadania na sociedade.
A necessidade criando profissões
Está na hora de se preocupar com sua privacidade! (Fonte: Shutterstock)
O crescimento das discussões sobre privacidade não impactou somente as pessoas e chegou forte ao meio corporativo. Na verdade, com a LGPD, as organizações precisaram passar (e estão passando) por uma adequação que mexe até mesmo com as estruturas mais íntimas de sistemas que lidam com dados de usuários.
Essa necessidade acabou criando uma oportunidade para o surgimento de empresas e carreiras. Diversas iniciativas auxiliam outras companhias a se adequarem às exigências da lei, como a LGPD e o tratamento de informações pessoais das pessoas.
E nenhuma organização escapa desse dispositivo, já que ele tem abrangência nacional e pode até mesmo impactar empresas que lidam com dados no exterior.
Essa demanda ainda criou diversas profissões, como analista de privacidade, que pode ser uma porta de entrada para a área. Mas quais são as exigências, as formações, os cursos e as experiências necessárias para trabalhar com privacidade?
Como trabalhar na área de privacidade?
A alta nas discussões sobre privacidade criou empresas e carreiras na área (Fonte: Shutterstock)
Segundo Renan Vasconcellos, analista de privacidade da unico, essa posição deve ser ocupada por alguém com um perfil analítico. O profissional de privacidade deve olhar para a organização, entender como os dados pessoais são tratados em todos os níveis e fazer as adaptações necessárias para estar de acordo com os dispositivos da lei.
Vasconcellos comenta que esse é um ciclo contínuo, e cabe ao analista de privacidade mapear como os dados das pessoas se inserem nos processos da empresa.
Como cada organização é diferente, os desafios podem variar muito de uma companhia para outra, o que pode ajudar a criar ainda mais ramificações para o trabalho desse profissional.
O analista de privacidade da unico também destaca que o cargo tem um papel importante de suporte para as demais áreas. Além disso, faz parte de suas atribuições desenvolver uma cultura de privacidade na empresa, ajudando todos a lidarem da maneira correta com as informações e os dados pessoais de clientes, parceiros e fornecedores.
Vasconcellos afirma que não existe uma regra absoluta no que diz respeito às formações para trabalhar com privacidade. Contudo, observa que a maior parte dos times de privacidade é composta por profissionais de direito ou tecnologia, mais especificamente segurança da informação. Trata-se, portanto, de uma área multidisciplinar e que envolve muitos conhecimentos.
Se você se interessa em trabalhar na área, é importante começar entendendo questões como o que é a privacidade dentro e fora das empresas e buscar desenvolver melhor seu perfil para dar suporte a diversas áreas e ter uma visão mais analítica.
Está na hora de se preocupar com sua privacidade
A unico é uma empresa que se preocupa com a privacidade de clientes e parceiros. (Fonte: Shutterstock)
Se este texto despertou seu interesse sobre privacidade, você vai ficar feliz em conhecer a unico. A organização na qual Vasconcellos trabalha como analista de privacidade é a primeira IDTech do Brasil e se preocupa com o tema a ponto de oferecer soluções para garantir a privacidade de empresas e pessoas.
Pioneira nas tecnologias de biometria facial e admissão digital, a unico é líder nesses segmentos e segue as melhores práticas e recomendações de padrão internacional para proteger qualquer informação, respeitando a LGPD.
Além disso, a IDTech trabalha em conjunto com outras empresas para auxiliar no processo de adequação, garantindo que seus serviços contribuam para uma adaptação suave nesse tópico espinhento para que as relações delas com as pessoas sejam muito mais transparentes e seguras.
Visite o site da unico e conheça mais detalhes dessa empresa que se preocupa com a privacidade.
Fonte: unico.
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