O ProtonMail, serviço de e-mail com criptografia de ponta a ponta, compartilhou o endereço de IP de um ativista com autoridades da França. A solicitação judicial foi feita à polícia suíça, via Europol, forçando a empresa a tomar a medida. O serviço é conhecido por não registrar endereços de IP por padrão, mas diz ter apenas cumprido a legislação.
A ordem, vinda do Departamento Federal de Justiça da Suíça (país de origem do ProtonMail), vem sendo debatida por usuários da ferramenta desde o início do mês. Em resposta, a empresa afirmou que não houve “possibilidade de apelar ou contestar este pedido específico” porque a lei suíça a obriga a compartilhar informações nesses casos.
Em seu site, reforçando a publicação de um relatório de transparência desde 2015, a empresa deu novos detalhes do caso. O ProtonMail informa que, “como regra geral restritiva”, cumpre apenas pedidos legais aprovados pelas autoridades suíças. Entretanto, “é um crime atender a solicitações estrangeiras que não foram aprovadas” pelas autoridades locais.
O que foi compartilhado?
De acordo com um relatório policial compartilhado no Twitter, a investigação teve acesso aos detalhes do endereço de e-mail e endereço de IP associado à conta, além do tipo de dispositivo utilizado. Em sua conta na rede social, o CEO Andy Yen diz que é “deplorável que ferramentas legais para crimes graves estejam sendo usadas dessa forma”.
Cops are lying ? pic.twitter.com/xIglWqLcfk
— MuArF (@MuArF) September 2, 2021
O ativista em questão foi preso. Em um esclarecimento, o ProtonMail ressalta que, “sob nenhuma circunstância” a “criptografia [do serviço] pode ser contornada”. Também, que não fornecem dados a governos estrangeiros. A exceção se dá, entretanto, quando esses pedidos são aprovados pela justiça suíça.
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