Nesta terça-feira (13), o livro An Ugly Truth: Inside Facebook’s Battle for Domination foi lançado e revelou uma série de abusos de dados por engenheiros da rede social. As autoras Sheera Frenkel e Cecilia Kang informaram que 52 funcionários foram demitidos entre os anos 2014 e 2015 por uso indevido de informações.
Segundo as autoras, as demissões normalmente envolviam "homens que procuravam perfis de mulheres, as quais eles tinham interesses". A obra alega que os trabalhadores tinham acesso aos dados para "não serem atrasados no trabalho".
Em uma nota ao portal de notícias Busines Insider, um representante do Facebook disse que a empresa remove funcionários que acessam dados sem motivos comerciais. "Desde 2015, nós continuamos o nosso processo de fortalecer o treinamento dos empregados. Continuamos a reduzir a necessidade de acesso a certos tipos de dados pelos engenheiros enquanto construímos nossos serviços", concluiu.
As jornalistas premiadas do The New York Times investigaram a rede social por 18 mesesFonte: Reprodução/Amazon
Stalkers bem informados
De acordo com denúncias presentes no livro, um engenheiro, que não teve o nome divulgado, acessou informações de sua companheira após uma briga durante uma viagem de férias à Europa. Os materiais foram usados para rastrear e confrontar a mulher, que estava em outro hotel.
Outro funcionário do Facebook buscou referências sobre uma garota, após ela parar de responder suas mensagens depois de um encontro. Segundo Frenkel e Kang, anos de conversas privadas, presenças em eventos, fotos, curtidas e postagens estão disponíveis nos históricos. Através do aplicativo instalado no celular, era possível saber até a localização da vítima.
Um defeito recorrente
Ainda conforme o livro, o ex-diretor de segurança da rede social, Alex Stamos, trouxe o problema ao CEO Mark Zuckerberg em setembro de 2015, dizendo que casos assim aconteciam "quase todos os meses". No total, 16 mil trabalhadores tinham acesso ao database, e Stamos sugeriu a redução para 5 mil, com apenas 100 com conhecimento sobre senhas e outros dados importantes.
Zuckerberg considerou o problema uma "grande prioridade", mas deu um ano para Stamos procurar uma solução e entregar um relatório.
O supervisor de segurança queria o preenchimento de requisições para o acesso aos dados, mas foi criticado e barrado por autoridades do Facebook.
As mudanças para limitação de retenção de informações eram "contra o DNA de Mark", afirmou uma das fontes do livro. "Antes de passarmos as escolhas para o CEO, já sabíamos que elas não seriam usadas", adicionou.
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