Um falso aplicativo disfarçado de uma carteira virtual para criptomoedas roubou uma quantia considerável de bitcoins de usuários que caíram na armadilha — que era bastante elaborada e estava disponível normalmente para download dentro da App Store.
O caso foi divulgado após fazer mais uma vítima: o norte-americano Phillipe Christodoulou, que foi roubado em 17,1 bitcoins — cerca de US$ 600 mil ou R$ 3,4 milhões, em conversão direta de moeda no momento em que elas foram roubadas.
O seu relato ao jornal The Washington Post ajudou a desmascarar o esquema, mas ele agora luta para tentar recuperar ao menos parte das suas economias.
Nos mínimos detalhes
O golpe que vitimou Christodoulou envolve um aplicativo disfarçado do Trezor, um dispositivo físico usado como armazenamento de criptomoedas que existe de verdade. Ao procurar por "Trezor" na App Store, ele instalou o primeiro resultado na busca — que tinha as mesmas informações do original, a logo verdadeira e só avaliações positivas.
Os golpes atacam quem possui um dispositivo de armazenamento de criptomoedas.Fonte: Trezor
Depois de fazer o download e inserir os dados de acesso para checar o saldo, o rapaz teve as bitcoins roubadas. Esse Trezor era, na verdade, um clone do app verdadeiro que "escapou" das regras rígidas e dos mecanismos de segurança da loja virtual do iOS. Ao todo, o falso programa roubou US$ 1,6 milhão de usuários.
De quem é a culpa?
Mas como o falso Trezor entrou na App Store? De acordo com a própria Apple, ele foi aprovado na loja porque se cadastrou como um serviço completamente diferente: uma simples ferramenta de criptografia para proteger documentos. Uma vez lá dentro, ele editou algumas informações básicas para virar uma cópia da carteira de criptomoedas e enganar os clientes.
Só que o cadastro já foi realizado com o nome, logo e cores do Trezor verdadeiro — e, mesmo assim, a Apple aprovou o app. Por sentir a confiança quebrada, Christodoulou acionou o FBI para investigar o esquema e deseja alguma compensação da empresa.
Até o momento, a Apple não se pronunciou sobre como vai agir no caso. O Trezor afirmou que há anos avisa a empresa sobre tentativas de golpe usando o nome do serviço.
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