Os dados pessoais e médicos de pelo menos 16 milhões de pessoas com diagnóstico suspeito ou confirmado de covid-19 ficaram expostos durante quase 30 dias, após um vazamento de senhas do Ministério da Saúde. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo, nessa quinta-feira (26).
Ao contrário do que acontece em outras situações de vazamentos de dados, não houve nenhum ataque hacker. De acordo com a publicação, as informações ficaram expostas após um funcionário do Hospital Albert Einstein publicar uma planilha contendo usuários e senhas para acesso ao banco de dados de pacientes testados, diagnosticados e internados.
Publicados no GitHub, os dados de login davam acesso aos registros de informações sobre a doença causada pelo novo coronavírus em dois sistemas federais. No E-SUS-VE, são notificados os casos confirmados e suspeitos de pacientes com quadros leves e moderados, enquanto no Sivep-Gripe há os registros mais graves.
Os dados dos pacientes ficaram abertos durante quase um mês.Fonte: Freepik
Em contato com o veículo, o funcionário confirmou ter publicado as informações em sua conta no GitHub, com o objetivo de realizar um teste de implementação de um novo modelo, mas disse ter se esquecido de deletar o arquivo. Já o hospital afirma ter removido as chaves de acesso e demitido o colaborador.
Políticos tiveram dados expostos
Segundo a reportagem, o presidente Jair Bolsonaro e vários ministros tiveram seus dados expostos. Entre eles, estão o ministro da Saúde Eduardo Pazuello e a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos Damares Alves.
O governador de São Paulo João Dória, o presidente do Senado Davi Alcolumbre e o presidente da Câmara Rodrigo Maia também foram afetados pela violação de dados, tendo expostas informações como histórico de saúde detalhado, endereço, telefone e número do CPF.
Esse vazamento de dados sobre a covid-19 afetou pacientes das redes pública e privada, uma vez que a notificação de casos ao Ministério da Saúde é obrigatória.
Fontes
Categorias