Nessa sexta-feira (20), a Apple e o Facebook estão em uma intensa troca de acusações através de seus executivos. Em uma carta para grupos privados de interesse, a diretora internacional de privacidade da Apple, Jane Horvath, afirmou que a rede social “tenta coletar o máximo de dados que for possível” dos usuários e gerou atrito na relação entre as companhias.
As políticas e mecanismos de privacidade inseridos no App Tracking Transparency (ATT), para iOS 14, são importantes para os usuários e proporcionam um sentimento de proteção e controle sobre as próprias informações. A companhia reafirma constantemente o compromisso de proteger a privacidade dos seus usuários, reforçando valores da companhia e acreditando que isso não causa mal à concorrência.
Contudo, a medida interfere ativamente no lucro e no plano de negócios de outras companhias, como o Facebook, que de fato investigam profundamente um usuário para elaborar um perfil completo para vendê-los à patrocinadores. Ciente da prática, a Apple utilizou o Facebook como uma das razões pelo desenvolvimento de seus mecanismos de privacidade.
“Os executivos do Facebook deixaram claro sua intenção de coletar o máximo de dados possível em sua própria plataforma e fora dela, para desenvolver e monetizar detalhados perfis de seus usuários”, comentou a Jane Horvath em um trecho da carta.
Rápida retaliação
Em um outro comunicado em cartas privadas, o Facebook acusou a Apple de usar sua posição dominante no mercado para dar preferência à sua própria coleta de dados, “e tornar quase impossível que competidores utilizem as mesmas informações”.
“Eles afirmam que é sobre ‘privacidade’, mas é sobre lucro”, complementa o Facebook. O comentário reacende o debate sobre o domínio injusto da Apple no mercado e a colocam numa posição delicada, questionando sua real intenção na proteção de dados pessoais dos consumidores.
O ATT chegará, cedo ou tarde
Ao ler a crítica do Facebook, Craig Federighi, vice-presidente sênior de engenharia de software da empresa, voltou a defender suas políticas de privacidade — mais especificamente, o ATT — e contou ao The Independent que a decisão da companhia “não prejudicará os anunciantes tanto quanto afirmam”.
O ATT ainda não tem data marcada para chegar nos dispositivos da Apple, mas é aguardado para 2021. Ainda não há informações sobre os reais impactos da política no faturamento de companhias cujo principal produto seja a venda de dados para anunciantes. Até lá, resta aguardar quais mecanismos de rastreamento serão impactados.
Fontes
Categorias