Seis oficiais de inteligência russos foram acusados por promotores federais dos Estados Unidos de estarem envolvidos em grandes ataques cibernéticos, incluindo o desligamento da rede elétrica da Ucrânia e a interrupção da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 na Coreia do Sul. Além disso, foram citadas a influência direta nas eleições presidenciais da França em 2017 e a operação NotPetya, que, no mesmo ano, foi vista como a intervenção virtual mais devastadora da história recente.
Trata-se da primeira ação criminal do tipo movida contra o órgão, contabilizando, entre as ações, conspiração e fraude eletrônica. De acordo com o procurador-geral adjunto de Segurança Nacional dos EUA John Demers, "país algum instrumentalizou suas capacidades cibernéticas de forma tão irresponsável, causando danos sem precedentes para buscar pequenas vantagens táticas e satisfazer anseios maldosos." A declaração foi dada em coletiva de imprensa e citada pelo The Wall Street Journal, e as insinuações não pararam por aí.
Segundo as autoridades norte-americanas, o ocorrido nas comemorações desportivas se deu como resposta ao banimento da equipe russa por doping – combinando "a maturidade de emocional de uma criança petulante com as habilidades de hackeamento de um estado-nação", complementa Demers.
Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 na Coreia do Sul teriam sido vítimas de ataque russo.Fonte: Reprodução
Agradecimentos especiais
NotPetya ficou conhecido como um ramsomware criado exclusivamente para destruir os dados dos equipamentos afetados e atingiu, entre outras instalações, máquinas de hospitais nos EUA, causando "a indisponibilidade de listas, históricos, arquivos de exames físicos e registros de laboratório de pacientes", bem como impedindo o acesso a "sistemas de computador de missão crítica (como aqueles relacionados à cardiologia, medicina nuclear, radiologia e cirurgia) por aproximadamente um semana", afirma documento divulgado.
Os seis homens, com idades entre 27 e 35 anos, são considerados agentes de conspirações diversas. Google, Cisco, Facebook e Twitter teriam auxiliado nas investigações, já que agradecimentos "pela assistência que prestaram" foram mencionados.
"Foi um ataque vingativo", disse John Hultquist, diretor da empresa de segurança cibernética FireEye ao The New York Times. "Não havia uma razão geopolítica clara para fazer isso." Demers ataca: "Nenhuma nação recuperará a grandeza ao se comportar dessa maneira." A Rússia nega as acusações.
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