É fácil perceber com quem conversamos virtualmente: cada pessoa tem uma maneira especial de abreviar termos, usar a pontuação ou mesmo, criar palavras. Esse perfil único, a cada vez que você tecla uma mensagem no seu smartphone, é captado, aprendido e reproduzido pelo Gboard – só assim o teclado da Google poderá fazer sugestões úteis. O que você escreve, ele sabe; mas fica a dúvida: alguém mais?
Com a chegada do Android 11, tudo o que você tecla (incluindo emojis e adesivos) alimenta a inteligência artificial atrás do Recurso Inteligente.
"No Gboard, queremos ser inteligentes, queremos dar a você a sugestão certa de emoji, completar corretamente o texto que está sendo criado. Mas não queremos registrar nada do que você digita; não há texto ou conteúdo indo para nenhum servidor. Portanto, esse é um grande desafio e a privacidade, o nosso foco número um de engenharia”, disse o diretor de engenharia do Gboard, Xu Liu, ao site Wired.
Sistema operacional manda
O pulo do gato: para restringir potenciais quebras de privacidade, os algoritmos rodam apenas no seu dispositivo, ou seja, eles não têm acesso a mais nada do que está no seu celular nem enviam dados a lugar nenhum. Mas apps são passíveis de serem atacados, então a Google botou o Android todo para proteger o que você escreve.
Isso quer dizer que o Gboard não é o responsável pela privacidade do que você escreve e sim, o próprio sistema operacional, executando as análises de aprendizado de máquina para determinar as recomendações de resposta.
Essa é uma tarefa a mais a cargo do Android; ele já executa todos os apps do seu smartphone, ou seja, tem acesso a tudo. Se um malware assumir o controle do seu smartphone, o invasor vai ter acesso a tudo, mesmo – o Gboard será apenas mais um aplicativo invadido.
“A ação inclui dois atores. Um é o teclado em si e o outro, o sistema operacional, agindo nos bastidores. É uma experiência perfeita”, disse Liu.
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