Videochamada, há muito tempo, é uma opção para matar a saudade de amigos e familiares, mas com a pandemia global que hoje afeta a todos — cerca de 20% da população global vive hoje em estado de quarentena — a comunicação por vídeo explodiu em popularidade. WhatsApp, Skype, Zoom, Google Duo, Facebook Messenger, FaceTime... As opções são inúmeras!
O Zoom, provavelmente, é aquele aplicativo que você nunca tinha ouvido falar antes da covid-19 e que agora está na boca de muitos não só pela facilidade de uso, mas também pelos seus problemas de segurança recentes.
O Zoom era, até então, uma aplicação de uso majoritário em empresas para a realização de reuniões remotas. Desde o início das medidas de distanciamento social, o aplicativo cresceu bastante em popularidade: 418% em apenas 2 meses! Isso, no entanto, começou a colocar a sua segurança em xeque.
No dia 1º de abril, apesar de parecer pegadinha, o FBI avisou que várias videochamadas no Zoom estavam sendo invadidas e conteúdos de mensagem de ódio e até mesmo pornografia estavam sendo disseminados.
Agora, imagine que várias dessas chamadas aconteciam entre professores e alunos de escolas de Ensino Fundamental, o que eleva o problema a outro patamar. Por padrão, as chamadas via Zoom não tinham senha, e qualquer um que conseguisse o “id” (número único da chamada, algo como um CPF da ligação) poderia acessar e fazer o que quisesse. Hoje, toda ligação via Zoom é criada, por padrão, com uma senha, reduzindo drasticamente esse tipo de problema.
A criptografia do Zoom
Como se não bastasse, no dia seguinte ao comunicado do FBI, o Zoom admitiu que sua criptografia ponta a ponta não significa na verdade o que a maioria acha. Para entender melhor o que isso representa, vamos pegar o WhatsApp como exemplo.
O WhatsApp utiliza criptografia ponta a ponta verdadeira, isto é, assim que você aperta o botão de enviar no seu celular, a mensagem é criptografada ainda no seu dispositivo, passa pelos servidores do WhatsApp, chega no celular do seu destinatário, é descriptografada e, finalmente, lida. Isso significa que nem mesmo "o WhatsApp" pode ler as suas mensagens.
A videochamada com o Zoom, no entanto, é criptografada no seu dispositivo, recebida nos servidores do Zoom, descriptografada, antes de ser encriptada novamente para ser enviada para o usuário final. Isso significa que o Zoom, apesar de deixar claro que não analisa ou assiste a nenhuma chamada, em teoria poderia ver todo o conteúdo de qualquer ligação.
É importante deixar claro que, para bater aquele papo com os amigos que você não vê há tanto tempo, jogar uma ideia fora ou matar a saudade de familiares, o Zoom é perfeitamente seguro. Não há necessidade de desinstalar o aplicativo ou se sentir inseguro usando-o. Para discutir temas sensíveis ou sigilosos, entretanto, a situação é mais complicada. Discutir assuntos que não deveriam ser públicos — como algo relacionado à sua empresa ou mesmo qualquer coisa relacionada a dados pessoais ou a dinheiro — talvez devam ser levados a outras plataformas.
Outras Opções
É perfeitamente compreensível se você não se sente seguro em usar o Zoom, por isso vou sugerir algumas outras opções gratuitas aqui.
Google Meet
- Até 100 participantes.
- App para Android e iOS, acesso no navegador para Windows e Mac.
- Não é preciso se cadastrar.
Microsoft Teams
- Até 250 participantes.
- App para Android, iOS, Windows e macOS.
- É necessário cadastro gratuito com a Microsoft.
Apple FaceTime
- Até 32 participantes.
- App para iOS e macOS.
- É necessário ser usuário de dispositivo Apple.
Facebook Messenger
- Até 50 participantes.
- App para Android, iOS, Windows e macOS.
- É necessário ter uma conta no Facebook.
Qual aplicativo você tem usado para manter o contato com outras pessoas enquanto estamos em período de distanciamento social? Tem sugestões para o próximo tópico da nossa coluna? Comenta aí.
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“Raphael Bottino, novo colunista quinzenal do TecMundo, é desenvolvedor e entusiasta de tecnologia. Ele trabalha como arquiteto de soluções na Trend Micro, uma das empresas líderes globais em Segurança da Informação. Nas horas vagas, quando não está cozinhando, está aprendendo novas tecnologias ou programando (sim, ele programa por prazer).”
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