Segundo o New York Times, cientistas chineses estão reconstruindo rostos a partir de material genético por meio de uma técnica chamada de fenotipagem de DNA.
A China, líder mundial em tecnologias para reconhecimento facial, e país com o maior número de câmeras de vigilância instaladas, estaria realizando a coleta de sangue, de maneira forçada, da população da região de Xinjiang, no extremo oeste do país. Xinjiang é uma área autônoma, formada pela minoria étnica uigur.
O que é a Fenotipagem de DNA
A técnica permite que o código genético seja analisado, pelo qual é possível extrair informações como a cor da pele, dos olhos, ascendência, entre outras. Dessa forma, os pesquisadores conseguem reconstruir o rosto de determinada pessoa.
A tecnologia, no entanto, possui suas limitações. A código genético pode informar sobre a predisposição à obesidade, mas, ao reconstruir um rosto, não podemos determinar se a pessoa era obesa ou magra, característica que modificaria a aparência de seu rosto.
Tecnologia pode ser usada para o bem
Nos EUA, a fenotipagem de DNA tem sido usada para ajudar a solucionar crimes. No estado americano de Maryland, o rosto de uma mulher foi reconstruído com sucesso, a partir de seus restos mortais.
Em outro caso, a polícia da Carolina do Norte chegou a certo grau de precisão que permitiu a identificação e prisão de um assassino, cujo rosto reconstruído indicava a pele clara, olhos castanhos, cabelo escuro e algumas sardas na face.
Além de desvendar crimes, a técnica ainda é largamente utilizada na arqueologia, permitindo aos cientistas reconstituir, de forma aproximada, os rostos de nossos antepassados que viveram há milhares de anos.
Falta de consentimento preocupa
Apesar dos benefícios da fenotipagem de DNA, o uso da tecnologia pode preocupar, principalmente quando empregada em países com governos ditatoriais, ou mesmo por empresas privadas em países democráticos.
Como no caso da China, outros países poderiam usar a técnica para ampliar programas de segregação.
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