Um criminoso conseguiu quase R$ 1 milhão ao aplicar um golpe com inteligência artificial. O caso envolveu o diretor de uma companhia de energia do Reino Unido, que pensou estar falando com o CEO da empresa-mãe localizada na Alemanha.
O golpista falsificou sua voz digitalmente e pediu a transferência de 220 mil € (R$ 991.515,25 na cotação de hoje) para um fornecedor da Hungria no prazo de 1 hora. No total, o fraudador fez três ligações para o executivo, sendo a segunda para dizer que o dinheiro havia sido reembolsado e a terceira para reivindicar outro pagamento. A última, no entanto, era de um número da Áustria, o que fez o colaborador ficar desconfiado e não realizar o novo pedido.
O nome da empresa não foi revelado, mas Rüdiger Kirsch, especialista em fraudes de uma companhia de seguros do local, a Euler Hermes, explicou alguns motivos que contribuíram para o executivo cair no golpe.
"O golpista utilizou uma inteligência artificial que 'emulava' o sotaque alemão e dava uma melodia característica para a voz"
De acordo com Kirsch, o golpista utilizou uma inteligência artificial que "emulava" o sotaque alemão e dava uma melodia característica para a voz, em uma espécie de deepfake de voz. Os 220 mil € foram para uma conta na Hungria, depois transferidos ao México e então enviados para diversos lugares. Nenhum suspeito pela ação foi identificado.
Tecnologia cada vez mais evoluída
A ferramenta que falsificou a voz do golpista deriva de uma tecnologia que está cada vez mais aprimorada. Em maio, a empresa de inteligência artificial Dessa liberou um deepfake de voz do podcaster Joe Rogan, cuja imitação se assemelha muito ao tom original. De acordo com a companhia, esse recurso tende a evoluir a curto prazo, de forma que apenas alguns segundos de áudio serão necessários para imitar a voz de qualquer pessoa no planeta.
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