Hering é investigada por possível coleta de dados de clientes sem autorização prévia via tecnologia de reconhecimento facial. O processo é conduzido pelo Departamento de Proteção de Defesa do Consumidor (DPDC), que avalia o uso inadequado dessas informações a partir de recursos de personalização presentes na loja Hering Experience, inaugurada no fim de 2018 em São Paulo.
Ao que tudo indica, uma das habilidades do sistema seria usar reconhecimento facial para exibir a reação dos clientes diante de roupas, calçados e acessórios vendidos pela marca. Assim, a empresa poderia monitorar esses detalhes para promover publicidade segmentada futuramente.
O processo é fruto de denúncia do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que em fevereiro teria solicitado esclarecimentos por parte da Hering sobre o destino dos dados obtidos na unidade. Agora, o DPDC irá intimar os responsáveis para que possam apresentar seus argumentos de defesa. Caso seja constatado algum uso incorreto das informações, como compartilhamento com terceiros, a empresa poderá ser multada em até R$ 9,7 milhões.
Procurada para demais esclarecimentos, a Hering negou a acusação e declarou que "não realiza reconhecimento facial, mas sim detecção facial, por meio da qual estima apenas o gênero, a faixa etária e o humor dos consumidores de forma anônima". Ainda ressaltou que os dados não seriam tratados, armazenados ou compartilhados de modo externo, sendo considerados como meramente estatísticos.
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