Todo mundo sabe que plataformas como Facebook, Instagram e Google "monitoram" os usuários por meio dos smartphones e lucram vendendo suas preferências para anunciantes. Muitos já devem ter se perguntado: o que, afinal, elas ganham com isso? E senadores estadunidenses também querem saber.
Mais especificamente, eles querem saber "quanto" as empresas ganham com a captação e o uso de informações pessoais de usuários. Para isso, uma proposta de lei bipartidária enviada ao congresso dos Estados Unidos sugere que empresas com mais de 100 milhões de usuários mensais ativos sejam obrigadas a apresentar um relatório anual sobre o valor dos dados arrecadados e o que foi feito com essas informações.
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Se a lei for aprovada, as companhias de tecnologia e redes sociais como Facebook e a própria Google terão, ainda, que detalhar quais tipos de dados foram captados e abrir a possibilidade de que os usuários excluam todas as informações ou parte delas do banco de dados da plataforma.
A proposta, que visa tornar mais transparentes as relações dessas companhias com seus usuários, foi uma das poucas situações da política norte-americana capazes de agradar democratas e republicanos. O projeto parte dos senadores Mark Warner (democrata) e Josh Hawley (republicano), que encabeçam a iniciativa.
Senadores Mark Warner e Josh Hawley, dos Estados Unidos. (Foto: Wikimedia Commons)
Pronta para ser anunciada na próxima segunda-feira (02), a lei vem sendo chamada pela imprensa dos Estados Unidos de Dashbord Act, de Designing Accounting Safeguards to Help Broaden Oversight And Regulations on Data, ou Projetando Salvaguardas de Responsabilidade para Ajudar a Ampliar a Supervisão e Regulamentação de Dados, em tradução livre.
Em um comunicado divulgado na imprensa, Warner disse que "durante anos, as empresas de mídia social disseram aos consumidores que seus produtos são gratuitos para o usuário, mas isso não é verdade. Você está pagando com seus dados em vez de sua carteira. A falta geral de transparência e divulgação nesse mercado tornou impossível para os usuários saberem o que estão entregando, com quem mais seus dados estão sendo compartilhados ou o que estes valem para a plataforma".
O governo dos EUA está preocupado também com a possibilidade de que o Facebook saiba mais sobre os cidadãos do que a própria administração pública, mas não ficou claro até agora se o Dashbord Act mudará isso de alguma forma.
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