O coordenador da Luta Antiterrorista da UE (União Europeia), Gilles de Kerchove, afirma em relatório para o Conselho de Ministros de Interior da UE que a rede móvel 5G traz novos riscos no que toca terrorismo, traz o El País.
A principal preocupação que é a implantação das redes 5G estão, em sua maioria, nas mãos da companhia chinesa Huawei. Por isso, o mundo poderá ver “o surgimento de um terrorismo com novas feições e, previsivelmente, muito mais letal”.
A Huawei, de novo, acabou envolvida em ações políticas pelo mundo
Mas qual o motivo da preocupação com a Huawei? Os Estados Unidos, como não é novidade, estão vetando negócios com a empresa chinesa. Contudo, há um medo de que os EUA também limitem o acesso à inteligência norte-americana em países que não sigam o mesmo barco e também vetem a Huawei.
Para combater isso, Kervoche pede urgência na criação de um ciberlaboratório liderado pela Europol, a agência de segurança da UE, especializado em analisar e combater as novas ameaças.
“A vulnerabilidade dos cidadãos, das economias e dos Governos aumenta proporcionalmente à sua conectividade e interdependência e poderia disparar com a chegada do 5G e dos aparelhos interconectados”, diz Kervoche em documento. “E em breve os computadores quânticos serão capazes de decifrar qualquer criptografia, a biologia sintética permitirá recriar vírus fora dos laboratórios e do corpo humano e os aparelhos interconectados poderão se tornar armas”.
Hoje, Alemanha e Reino Unido não seguem a política de Donald Trump, presidente dos EUA, em banir as atividades da Huawei, diz o El País. Isso porque a Huawei é a companhia mais adiantada no que toca implementação 5G, e os países não querem ficar para trás.
“Não se trata de apontar para uma empresa específica, que hoje pode ser chinesa e amanhã russa”, justifica uma fonte diplomática durante o conselho de ministros.
A Europa pode ganhar uma própria DARPA
Como uma colaboração entre agências, Gilles de Kerchove acredita que o trabalho conjunto da Europol, Frontex (Agência Europeia de Fronteiras), Eurojust (Cooperação Judiciária Penal) e CEPOL (Agência de Cooperação Policial) poderia criar um novo modelo antiterrorista nos moldes da DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), agência dos EUA criada em 1958. Segundo Kervoche, a DARPA “resultou em grandes conquistas industriais e tecnológicas tanto na esfera civil quanto na militar”.
“É vital que a UE decida as tecnologias nas quais deseja desempenhar um papel de liderança nos próximos cinco ou dez anos e que tome as medidas necessárias para cumprir esse objetivo. A UE precisa recuperar a soberania sobre seus dados”, diz o documento.
Fontes
Categorias