Empresas brasileiras compraram pacotes de disparo de mensagens em massa contra o Partido dos Trabalhadores (PT) no aplicativo WhatsApp, afirma a Folha de S. Paulo. O jornal denuncia que as companhias ainda preparam uma grande operação no mensageiro para a semana anterior ao segundo turno — que acontece no domingo (28) —, em apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL).
O serviço de disparo em massa utiliza base de usuários do próprio candidato e também bases vendidas por agências
“A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada”, escreve a Folha. Foi apurado que os contratos dos pacotes de disparo valem até R$ 12 milhões e atingem milhões de mensagens.
Entre as que compraram esses pacotes, está a Havan, empresa brasileira do setor varejista que se localiza no estado de Santa Catarina. O serviço de disparo em massa utiliza base de usuários do próprio candidato e também bases vendidas por agências de estratégia digital. “Quando usam bases de terceiros, essas agências oferecem segmentação por região geográfica e, às vezes, por renda. Enviam ao cliente relatórios de entrega contendo data, hora e conteúdo disparado. Entre as agências prestando esse tipo de serviços estão QuickMobile, Yacows, Croc Services e SMS Market”, explica a Folha.
As bases de usuários muitas vezes são fornecidas ilegalmente
O disparo de mensagem no WhatsApp para a base própria do candidato Jair Bolsonaro custa entre R$ 0,08 e R$ 0,12. Na base fornecida pela própria agência, o preço sobe: de R$ 0,30 a R$ 0,40.
“As bases de usuários muitas vezes são fornecidas ilegalmente por empresas de cobrança ou por funcionários de empresas telefônicas”, diz o jornal.
A QuickMobile explicou que não está atuando na política neste ano e que seu foco é apenas a mídia corporativa. A Yacows afirmou que não iria se manifestar, e a SMS Market não respondeu aos pedidos de entrevista da Folha. “Na prestação de contas do candidato Jair Bolsonaro (PSL), consta apenas a empresa AM4 Brasil Inteligência Digital, como tendo recebido R$ 115 mil para mídias digitais”, afirma.
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