Google admite deixar apps de terceiros obterem dados dos usuários no Gmail

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Google admitiu em carta para senadores na quinta-feira (20) que permite o acesso e coleta de dados de 1,4 bilhão de usuários aos apps de terceiros no Gmail — a exemplo de utilitários de planejamento de viagens e sistemas personalizados de gerenciamento. O documento, enviado ao governo estadunidense em julho, antecede a participação da companhia em uma nova rodada de esclarecimentos junto ao Senado norte-americano.

No ano passado, a própria Google disse ter parado de verificar e-mails de usuários para fins publicitários

“Os desenvolvedores podem compartilhar dados com terceiros, desde que sejam transparentes com os usuários sobre como eles estão usando essas informações”, afirma Susan Molinari, vice-presidente de política pública e assuntos governamentais para as Américas na Google. O trecho faz parte do comunicado enviado aos senadores, que foi obtido pela CNNMoney.

Susan reforça que os usuários podem ver e remover todos os apps de terceiros via página de configurações da Conta Google e, no caso de discordar das ações dos softwares, nem mesmo baixar o aplicativo. “A política de privacidade é facilmente acessível aos usuários, que podem conferir antes de decidir sobre a concessão de acesso.”

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No ano passado, a própria gigante de Mountain View, disse ter parado de verificar os e-mails para fins de publicidade. A executiva observou que nenhum funcionário humano atualmente lê o Gmail dos usuários, exceto em "casos muito específicos em que eles nos pedem e dão consentimento" ou para fins de segurança, a exemplo de investigações de abuso.

Outro ponto destacado no ofício foi que há um processo para identificar aplicativos que não representam corretamente suas ações ou não são transparentes sobre como os dados pessoais são usados. A Google diz que é capaz de suspender esses aplicativos na "maioria dos casos" antes deles agirem. No entanto, não está claro quantos desses apps foram removidos até agora.

Carta é divulgada em um momento delicado

Privacidade e proteção de dados são dois assuntos bastante comentados nos corredores dos governos e das gigantes da tecnologia ultimamente — especialmente por conta de episódios como o do Facebook e a Cambridge Analytica e a manipulação de influência política nas eleições estadunidenses de 2016.

Em julho, o Wall Street Journal informou que os desenvolvedores de software analisam centenas de milhões de e-mails de usuários do Gmail que se inscreveram em serviços baseados em e-mail, como ferramentas de itinerário de viagem.

Em resposta, a Google divulgou uma postagem no blog sobre privacidade e segurança de seu correio eletrônico — conteúdo indicado por um porta-voz da companhia, ao ser questionado sobre o conteúdo da carta, na quinta-feira (20). O texto afirma que aplicativos que não são da empresa passam por um processo de revisão antes de poderem acessar as mensagens dos usuários.

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Há uma checagem manual e outra automatizada sobre o software, teste do aplicativo e uma avaliação de sua política de privacidade e página inicial para investigar se é legítimo. Esse mesmo texto também incentiva os usuários a revisar a tela de permissões antes de conceder o acesso aos aplicativos de terceiros.

O tema deve ser explorado na próxima quarta-feira (26), pelo Comitê de Comércio do Senado dos Estados Unidos, que vai questionar a Google, a Amazon, a Apple, a AT&T, a Charter Communications e o Twitter sobre quais medidas são tomadas para proteger os dados dos consumidores.

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