Parece coisa de filme do 007 ou do Jason Bourne e até obra do Tom Clancy: os Estados Unidos suspeitam que os russos tenham utilizado armas de micro-ondas para causar danos cerebrais em diplomatas norte-americanos que trabalham em Cuba e na China.
Estados Unidos e Rússia disputam influência em Cuba
Em 2016, embaixadores estadunidenses que operam em Cuba relataram ouvir chiados antes de sofrerem dores de cabeça, perda de memória e audição, além de dificuldade para dormir. Sintomas similares foram sentidos por um funcionário da embaixada de Guangzhou na China, neste ano. Médicos documentaram lesões cerebrais nas vítimas, emboras esses resultados tenham sido questionados por outros pesquisadores.
Segundo reportou o The New York Times, alguns dos profissionais que examinaram os diplomatas, em conjunto com cientistas do governo, acreditam que tais ferimentos possam ter sido causados por um ataque de energia de micro-ondas. Sob certas condições, os seres humanos expostos a algo como isso apresentaram problemas semelhantes aos que foram constatados.
Por outro lado, Kenneth Foster, professor da Universidade da Pensilvânia, criticou essa teoria. Ele afirma que a energia de micro-ondas suficiente para danificar o cérebro humano "teria que ser tão intensa que realmente queimaria o alvo". Ele argumentou ao lado de outro pesquisador, da Universidade de Michigan, que foi capaz de reproduzir os sons supostamente registrados pelas vítimas usando a interferência gerada entre transmissores ultrassônicos. Isso pode ser causado pela vigilância eletrônica, de fora de um prédio, que interage de forma inadequada com os dispositivos internos.
Embaixada dos Estados Unidos em Cuba
Hoje (12), a NBC informou que as autoridades suspeitam que os agentes russos estejam por trás dos incidentes, embora eles não consigam comprovar isso — ou seja, detalhar a razão, quando teria acontecido ou como eles teriam feito isso. Cientistas do governo vêm tentando determinar se um transmissor de micro-ondas poderia ter sido usado para induzir as reações sozinho ou em combinação com outra tecnologia.
A Rússia compete com os Estados Unidos por influência em Cuba e tem sido uma grande beneficiária da política do presidente Donald Trump em relação a Havana. Os problemas de saúde na embaixada são frequentemente citados pelos opositores das relações de normalização como uma “prova da má-fé” de Cuba.
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