C&A: mais relatos sobre abuso de dados de candidatos a emprego

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Ontem (29), um relato mostrou que funcionários da C&A de uma loja em Minas Gerais estavam utilizando os dados pessoais de candidatos a emprego para a criação de um cartão de crédito da empresa sem qualquer tipo de pedido ou aviso. Por uma suposta pressão para a ‘bater uma meta de cartões’, o fato é que a ação noticiada desencadeou mais denúncias ao TecMundo: a mesma prática acontece em outras unidades.

Foram recebidas cerca de sete denúncias comentando sobre a prática — algumas delas, notavam o fato sobre a mesma loja, presente no Minas Shopping, em Minas Gerais. Agora, você acompanha os relatos recebidos:

Nas lojas, a cobrança para o funcionário bater a meta é excessiva

“O caso publicado sobre a candidata que teve um cartão feito sem seu consentimento não é uma situação atípica”, diz a primeira denúncia. “Trabalhei por um tempo no setor de cancelamentos de cartões e seguros de uma dessas lojas onde tínhamos que questionar o motivo do cancelamento antes de tentar “reverter a situação” e os motivos eram em sua maioria absurdos. Casos como esse são muito comuns, tanto para cartões quanto para seguros. Já vi casos de clientes que pagaram seguros há anos e nunca se deram conta. Nas lojas, a cobrança para o funcionário bater a meta é excessiva, por isso eles se tornam insistentes dessa maneira e quando o prazo para “entregar a meta” já está curto e o funcionário sabe que seu emprego depende disso, o desespero bate na porta e, impulsionado pelo mau caráter, esse tipo de situação acontece. É claro que a loja vai alegar que este não é o procedimento padrão dado em treinamento para os funcionários, e de fato não é, mas afirmo sem medo de errar que isso não se trata de um caso isolado”.

A pessoa que enviou ao TecMundo a primeira denúncia ainda forneceu algumas dicas aos clientes das lojas varejistas: “Reforço a importância da leitura de documentos por parte dos clientes sempre que compareçam à alguma dessas lojas. Recordo que, na maioria das vezes, constava no sistema os formulários assinados pelos clientes, ou seja, ainda que eles afirmem não saber nada a respeito eles acabam “perdendo a razão” devido à assinatura de um papel que não leram. Estejam atentos, pois pessoas desonestas existem em todos os lugares e os prejudicados geram lucro”.

Posicionamento da C&A sobre o caso

"A C&A tem compromisso inegociável com a ética e coíbe o uso de dados pessoais para qualquer fim que não seja autorizado. Instauramos uma auditoria nas lojas e já adotamos medidas necessárias com os envolvidos. Além disso, estamos reforçando uma série de treinamentos com as lideranças para evitar qualquer iniciativa em desacordo com o Código de Ética, que todo funcionário recebe e assina ao ingressar na empresa"

c&aC&A

Segunda denúncia

“Em junho deste ano, fui à uma seleção de emprego na C&A no Shopping Iguatemi em Campinas e, enquanto aguardava ser chamada, uma das funcionárias pegou meu RG e "sumiu" na loja. Depois, quando havia passado pela entrevista fiquei em busca da tal funcionária que não explicava o porquê havia pego meu RG e também coletou minha digital na biometria. Um mês depois chegou uma fatura na minha casa no valor mínimo para pagamento. Fui a outra loja na rede tentar cancelar o cartão que não solicitei e sequer chegou, mas chegou a fatura. A loja não quis me ajudar e pediu para ir direto na que solicitaram o mesmo. Fui até a loja do Iguatemi e uma funcionária disse para ligar de lá no hotline. Solicitei o cancelamento (sinceramente, não sei se foi concluído) e mesmo assim tive que pagar a fatura. Um absurdo que uma loja que fazem questão de dizer multinacional com séculos de existência, descer tão baixo a ponto de usar pessoas que estão em busca de emprego para bater meta de cartão!”.

Terceira denúncia

“A C&A também pegou todos os documentos para contratar minha filha. Contratação de PCD: seguraram os documentos, fizeram exame médico, abriram conta no banco e nada de iniciar o trabalho. Passaram meses, ela acabou conseguindo outro emprego. Até a carteira profissional dela ficou na posse deles”.

C&AC&A

Quarta denúncia

“Fui na loja entregar currículo apenas, nunca fui chamado para qualquer vaga. Depois, passei a receber mensagens de que meu Bradescard havia sido negado várias vezes durante a semana, sendo que nunca pedi um cartão do banco e sei que a C&A trabalha com o mesmo. Além disso, meu nome está com restrição, e o negado sempre chega em meu telefone, provando que usam para bater metas e até mesmo de propostas de cartão. Estranhei. Além dessa fraude com meus dados, passei a receber emails do clube de relacionamento da loja, sendo que não realizei ou autorizei qualquer cadastro para receber emails de ofertas da loja (...) Meus dados foram usados para fins totalmente diferentes do propósito, pois nunca me chamaram para uma entrevista! Mas usaram para bater metas em todos os meios que foram possíveis”

Quinta denúncia

“Trabalhei na loja durante 2 anos e isso é uma prática comum. Não só lá na loja do Minas Shopping, mas também na loja do centro de Belo Horizonte. E o pior de tudo é que as funcionárias da área de cartão são obrigadas a fazer isso, tanto pela gerência quanto pelos supervisores”.

Como fazer denúncias ao TecMundo

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