De acordo com Conselho dos Consumidores da Noruega, a Google, a Microsoft e o Facebook utilizam "padrões negativos" para enganar usuários de suas plataformas a entregarem mais dados pessoais.
Em um relato de 44 páginas, o Conselho detalhou como três das maiores empresas de tecnologia do mundo usam padrões de design de interface alinhados com textos desenvolvidos para ludibriar usuários. Dessa maneira, os usuários acabam compartilhando mais dados e aceitam "sair" do guarda-chuva da GDPR — nova lei europeia que protege os dados de cidadãos.
O intuito é que as empresas parem de "enganar e manipular" usuários por meio de táticas
Esses padrões negativos envolvem um trabalho conjunto de interface mais redação que são especialmente desenvolvidos para enganar usuários. São textos que induzem o usuário a fazer o que a empresa busca sem ele perceber de maneira completa.
Como exemplo, o Conselho citou o Facebook: caso um usuário não quer permitir o recurso de reconhecimento facial no aplicativo, o app do Facebook alerta a mensagem de que o usuário "não será capaz de usar essa tecnologia se um estranho usar sua foto para passar por você". Ou seja: passar o sentimento de insegurança para coibir o usuário.
"Facebook, Google e Windows 10 possuem designs, símbolos e palavras que afastam os usuários das escolhas favoráveis à privacidade", nota o Conselho.
Pegando mais pesado, o Conselho da Noruega também deixa claro que o Facebook e a Google dão uma "ilusão de controle aos usuários". Eles fariam isso "escondendo opções de privacidade, opções 'escolha isso e perca aquilo', e arquiteturas de escolha em que a escolha da opção de privacidade exige mais esforço para os usuários", nota.
Agora, o Conselho dos Consumidores da Noruega uniu um grupo de oito advogados que está pedindo uma investigação aos órgãos da Europa. O intuito é que as empresas parem de "enganar e manipular" usuários por meio de táticas.
Posicionamento das empresas
A Google respondeu o documento do Conselho para a Fortune. A empresa disse o seguinte: "Criamos privacidade e segurança em nossos produtos desde os primeiros estágios. Nos últimos 18 meses, em preparação para a implementação do novo regulento de proteção de dados da UE, tomamos medidas para atualizar nossos produtos, políticas e processos para fornecer a todos os nossos usuários uma transparência de dados significativa e controles diretos em todos os nossos serviços. Estamos evoluindo constantemente esses controles com base nos testes de experiência do usuário. No último mês, fizemos melhorias adicionais nas informações e controles das configurações de anúncios e da Conta do Google".
As empresas, obviamente, comentaram confirmidade com a GDPR
O Facebook, com mais parcimônia, respondeu ao GizUS o seguinte: "Nos preparamos nos últimos 18 meses para garantir que atendamos aos requisitos do GDPR. Tornamos nossas políticas mais claras, nossas configurações de privacidade mais fáceis de encontrar e introduzimos melhores ferramentas para que as pessoas acessem, façam download e excluam suas informações".
Por último, a Microsoft disse o seguinte para a BBC sobre o Windows 10: "Vimos o relatório da Noruega e gostaríamos de reforçar que estamos comprometidos com a conformidade com o GDPR em todos os nossos serviços em nuvem e fornecer garantias relacionadas à GDPR em nossos compromissos contratuais".
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