A Kaspersky Lab é uma empresa russa e está entre os principais nomes do mundo quando se fala em segurança digital. A companhia, entretanto, vive uma espécie de calvário desde que passou a ser acusada pelo governo dos Estados Unidos de sofrer interferência do governo russo e, portanto, ceder dados sensíveis do país norte-americano ao país europeu.
O mais novo capítulo deste imbróglio se confirmou hoje (15), quando a empresa confirmou os rumores sobre a sua partida da Rússia. No anúncio, a companhia informou que a sede de seu data center deixará Moscou rumo a Zurique, na Suíça.
A movimentação é uma resposta da Kaspersky Lab a países ocidentais de que a empresa sofre algum tipo de interferência do governo russo. Essa foi a acusação feita pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em 2017, quando ele baniu o uso dos softwares da companhia em órgãos de governo — isso mesmo após a companhia concordar em revelar o seu código-fonte às autoridades estadunidenses.
Essa também foi a tônica do ministro da justiça holandês Ferdinand Grapperhaus quando, no último domingo (13), ele anunciou ao parlamento da Holanda que o país também deixará de usar produtos da Kaspersky Lab. Grapperhaus foi além e recomendou, ainda, que as companhias do país façam o mesmo.
Mais transparência
Diante de um cenário quase pré-apocalíptico para uma das principais empresas de segurança digital do mundo, a mudança para um território neutro é vista como um afastamento do olho do furacão, ao menos pela Kasperksy. E o ponto aqui é uma promessa de total transparência para evitar problemas com governos e empresas.
Kaspersky Lab explica os seus próximos passos rumo à Suíça e à mais transparência.
O novo data center servirá de base para dados dos produtos utilizados na Europa, na América do Norte, em Singapura, na Austrália, no Japão e na Coreia do Sul. A companhia informa que a ideia é abrir outros pelo mundo nos próximos anos, descentralizando o armazenamento e processamento de dados de seus softwares.
A Kaspersky promete, ainda, a criação de um “Centro de Transparência” que contará com a participação de companhias independentes para avaliar o desenvolvimento e a implementação de seus programas. Lá, até mesmo o código-fonte de seus produtos estarão abertos para revisão
Resta saber se o movimento trará resultado e será capaz de estancar a sangria gerada pelas desconfianças de colaboração com o governo da Rússia em supostos casos de espionagem.
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