O embate entre gigantes da tecnologia e o governo dos Estados Unidos ganhou um novo capítulo nesta semana. Após notícias de que o país norte-americano pode obrigar desenvolvedoras a incluir uma backdoor para facilitar o acesso de autoridades a produtos e serviços criptografados, o grupo Reform Government Surveillance emitiu uma nova nota a favor da privacidade.
A organização, composta por empresas como Google, Apple, Microsoft, Facebook, Twitter e Dropbox, revelou a sua preocupação com “propostas que enfraqueceriam a criptografia de dispositivos e serviços” noticiadas recentemente. A medida é oficialmente chamada de “acesso excepcional” e, basicamente, serviria como uma brecha intencional de segurança para que investigadores acessem smartphones ou aplicativos de mensagens protegidos.
Esta não é a primeira vez que o Reform Government Surveillance se posiciona a favor da privacidade. Em 2013, por exemplo, o grupo ganhou notoriedade ao iniciar uma campanha contra a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), uma das responsáveis por um esquema global de vigilância denunciado por Edward Snowden, ex-funcionário da agência.
Autoridades dos EUA queriam que a Apple facilitasse o acesso a qualquer iPhone.
Vale lembrar ainda da polêmica entre Apple e FBI, quando a polícia federal dos EUA fez uma campanha intensa para que a Maçã criasse um mecanismo para facilitar o desbloqueio dos seus smartphones a fim de ser utilizado em investigações de crimes e terrorismo.
Confira na íntegra a nota divulgada nesta semana:
O Reform Government Surveillance anunciou recentemente um novo princípio central sobre criptografia que guiará os nossos esforços, e nós continuamos a acreditar que uma criptografia forte ajuda a proteger a segurança e a privacidade de indivíduos e companhias em todo o mundo. Temos aumentado consistentemente a nossa preocupação em relação a propostas que enfraqueceriam a criptografia de dispositivos e serviços ao exigirem o chamado “acesso excepcional” para autoridades.
Notícias recentes descreveram novas propostas para projetar vulnerabilidades em dispositivos e serviços — mas elas parecem sofrer das mesmas questões técnicas e de design que os pesquisadores de segurança vêm identificando há anos. Enfraquecer a segurança e a privacidade que a criptografia oferece não é a resposta.