Um projeto coordenado pelo professor Fabrício Benevenuto, do Departamente de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), quer contribuir para que campanhas de desinformação e distribuição de informações falsas não desvirtuem as eleições brasileiras deste ano. Batizado de Eleições sem Fake, ele identifica conteúdo promovido por bots, compara notícias e monitora anúncios no Facebook.
Parte do projeto, o sistema Bot ou Humano é feito com base nos assuntos mais comentados do Twitter. Ele usa o Botometer para checar se hashtags que estão em alta na rede social são compartilhadas organicamente ou estão sendo impulsionadas por robôs para alcançar mais pessoas. Os resultados são divididos em dois momentos, mostrando a hashtag antes e depois de ela entrar para a lista de Assuntos do Momento, o que permite verificar se a popularidade foi adquirida de forma artificial.
No Notícias Lado a Lado, o projeto compara a cobertura dos veículos de notícias brasileiros a partir de um tema. É possível, por exemplo, selecionar dois jornais e ver tudo o que foi publicado sobre um candidato em cada um deles. O Eleições sem Fake também tem uma ferramenta que mostra a audiência dos candidatos e partidos no Facebook e compara o resultado com a distribuição da população brasileira na rede social. É possível ver a popularidade deles por região do país, faixa etária ou gênero, por exemplo.
Tabela mostra a audiência dos partidos no Facebook.
Quem se interessar pelo trabalho dos pesquisadores pode ajudar a equipe a monitorar os anúncios vistos pelos eleitores brasileiros no Facebook. Para isso, é necessário instalar uma extensão para o Chrome que envia para o servidor da equipe todas as propagandas visualizadas pelo usuário. A ideia é dar mais transparência para o processo, fiscalizando a rede para que o Brasil não passe pelos mesmos problemas que aconteceram nos EUA, quando notícias falsas sobre os candidatos foram promovidas na rede social.
Categorias