Uma nova maneira de lavar dinheiro vem se popularizando em marketplaces online. Golpistas procuram por clientes e/ou profissionais de empresas como o Airbnb e o Uber para realizar um esquema de falsa contratação de serviços, em que parte do pagamento é dividido entre os envolvidos.
EUA têm registrado cerca de US$ 200 bilhões envolvidos em lavagem de dinheiro online ao ano
Como as transações digitais aumentaram, com um leque maior de formas de pagamento, e as próprias ofertas e lojas se multiplicaram rapidamente, ainda é difícil monitorar todos os tipos de ações e comportamentos suspeitos nesses ambientes. As plataformas eletrônicas são chamariz para os cibercriminosos porque as operações podem ser feitas em grande número e não é necessário criar uma empresa ou entidade falsa, nem lidar com bens reais.
Aliás, os mercados na web, que até mesmo aparecem em redes sociais, a exemplo do Facebook, vêm registrando muita movimentação de dinheiro sujo, sempre com o mesmo tipo de ação: um negócio desconhecido usa credenciais de um comerciante legítimo para processar envio de dinheiro com cartão de crédito. Tudo isso com poucos cliques e sem restrições.
Exemplo de como os serviços de lavagem de dinheiro são contratados em fóruns russos
E o mais desconcertante para as autoridades é que nem os marketplaces, nem os bancos ou as operadoras de cartão têm conseguido identificar exatamente quais dos milhares de pagamentos diários fazem parte de uma ação ilegal. O resultado são lavagem de cerca de US$ 200 bilhões ao ano, somente nos Estados Unidos.
Como funciona o esquema no Uber
O criminoso emprega um serviço de lavagem de dinheiro para procurar e contratar motoristas de Uber que querem ganhar um extra e aceitam pedidos de viagem com taxas preestabelecidas. Quando a quantidade de grana suja é alta, então o contratante só aumenta o volume de condutores. Isso vem sendo chamado de “passeio fantasma”.
As posições de “condutor fantasma” podem render quantias valiosas, a partir de um fluxo de receita adicional com risco mínimo e pouco ou nenhum trabalho. As ofertas, aliás pipocam cada vez mais livremente e em grande número em fóruns, especialmente os russos, incluindo até descrição passo-a-passo de como funciona o processo.
Por enquanto não há uma linha de defesa dos serviços e as autoridades não falaram sobre o assunto, mas podem ter certeza de que em breve haverá algum tipo de resposta, até porque o número de casos semelhantes aos do Uber e do Airbnb vem crescendo bastante nos últimos meses.
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