A Best Buy é uma das mais conhecidas multinacionais do ramo dos eletrônicos no mundo, presente em vários países e dona de diversas outras marcas. Um dos serviços oferecidos por ela é o de reparo de computadores por meio da sua subsidiária Geek Squad, também bastante popular.
Documentos obtidos pelo Electronic Frontier Foundation (EFF), porém, descobriram um fato bastante controverso: o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, pagou funcionários da rede de reparos para que eles denunciassem a presença de "conteúdo suspeito" nos computadores de seus clientes.
O material contendo a revelação foi conseguido por meio de uma lei de acesso à informação e garante que o FBI nunca recomendou aos funcionários realizar buscas de forma proativa. Contudo, a agência prometia recompensas financeiras para quem encontrasse pornografia infantil na máquina de seus clientes, o que provavelmente incentivava a prática.
Parece que o Geek Squad fazia mais do que apenas consertar o computador de seus clientes.
Segundo a EFF, há ao menos um caso documentado no qual um funcionário da Geek Squad vasculhou um computador enviado para reparo na tentativa de encontrar materiais ilegais. De acordo com o Mashable, esta não é a primeira vez em que a relação entre a loja e o FBI é escancarada.
A publicação informa que ela acontece pelo menos desde 2008 e já foi noticiada na imprensa em 2017, após um funcionário da empresa de reparos encontrar fotos suspeitas no computador de um cirurgião. A denúncia feita ao FBI teria levado a uma investigação que resultou na descoberta de um grande número de imagens de pornografia infantil.
A questão é que, na época, a Best Buy foi a público informar que o seu empregado encontrou as imagens por acaso. “As nossas políticas proíbem os funcionários de realizar qualquer outra coisa além do necessário para resolver o problema do consumidor”, afirmou, então, a companhia.
Além de escancarar relações muito mais profundas entre os federais e o Geek Squad, os documentos obtidos pelo EFF mostram ainda que uma loja da Best Buy sediou um encontro de um grupo de trabalho sobre cibercrimes do FBI. Em suma, mais um reforço na "intimidade" entre a empresa e os federais.
Fato é, porém, que muita gente que enviou seus computadores para a rede de reparos da varejista provavelmente teve os seus arquivos vasculhados em busca de “conteúdo suspeito”.
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