Uma “pop up store” — loja temporária — abriu em Londres nesta semana e está intrigando os transeuntes. Ele se chama “The Data Dollar Store” e vende produtos como canecas, quadros e camisetas pintadas pelo artista de rua Ben Eine. Mas o que deixa as pessoas desconcertadas é a moeda de troca aceita com exclusividade na loja: informações pessoais dos clientes.
Para comprar uma caneca, por exemplo, é necessário oferecer três fotos ou capturas de tela de suas conversas no WhatsApp, do seu app de SMS e da sua caixa de entrada de email. Em troca da camiseta, é necessário enviar as três últimas fotos que você tirou com a câmera do seu smartphone. Ou seja, não era possível escolher alguma coisa menos pessoal, já que as regras da loja eram informadas hora da compra.
Caso você quisesse adquirir a pintura original do artista, era necessário entregar seu smartphone para o vendedor e deixar ele tirar tudo o que quisesse do aparelho, sem você poder reclamar. Drástico, não? Dinheiro em espécie, cartões ou outros métodos de pagamentos não são aceitos.
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Essa loja, obviamente, não tem a intenção de se tornar um modelo de negócios nem de estar na vanguarda dos métodos modernos de comércio. Trata-se de uma experiência de marketing da Kaspersky, uma empresa de segurança digital conhecida pelo seu antivírus para desktop e também por soluções mobile e corporativas.
A mensagem que a Data Dollar Store quer passar é que “as nossas informações pessoais têm um valor real e mensurável”. Ou seja, elas valem dinheiro, literalmente. A crítica aqui é que nós oferecemos nossos dados pessoais — tais como preferências políticas e de produtos ao curtir, comentar ou postar o Facebook ou mesmo muitos detalhes sobre nossa personalidade e hábitos de consumo através do nosso histórico de buscas no Google — de graça para várias empresas de tecnologia.
O que elas oferecem em troca? Alguns serviços digitais gratuitos como redes sociais, mensageiros, buscadores, serviços de email, armazenadores de fotos...
O que elas oferecem em troca: alguns serviços digitais gratuitos como redes sociais, mensageiros, buscadores, serviços de email, armazenadores de fotos e por aí vai. A questão é que as pessoas não pensam no quanto vale as suas informações pessoais ao entregá-las de “mão beijada” no meio digital. Por isso, segundo a Kaspersky, a loja em Londres quer chamar atenção das pessoas colocando um valor mensurável nesses dados e as deixando apreensivas na hora de entregar isso para terceiros.
A experiência tem gerado muito assunto em Londres, tanto é que, segundo Nick Summers, do Engadget, havia uma fila de pessoas no local para adquirir os produtos, muitas delas preocupadas sobre o que teriam que entregar para levar os itens para casa.
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