Nas primeiras horas da última quinta-feira (3), as mentes por trás por trás do WannaCry finalmente deixaram uma pista de que o ataque não se trata de mera diversão ou de algum tipo de desafio a sociedade: eles efetivamente sacaram toda a grana de resgate depositada ao longo dos últimos meses por suas vítimas. Infelizmente, essa pode ser a última pegada deixada pelos cibercriminosos, já que o dinheiro foi convertido em uma moeda virtualmente irrastreável.
As informações vêm do Ars Technica e indicam que os malfeitores trocaram o montante de sua carteira de Bitcoins por outra criptomoeda: o XMR. Essa moeda virtual é suportada pela Monero e tem um foco extremo na privacidade de seus usuários. Como isso acontece? Embora o item também seja baseado nos conceitos de informações distribuídas e compartilhadas via blockchain, e, portanto, válido, a adoção de ring signatures – uma espécie de autenticação digital que esconde a identificação dos participantes do grupo – faz com que a anonimidade fique garantida em todas as transações feitas na plataforma.
Os 52,2 Bitcoins sumiram de vez do radar
Por conta disso, os 52,2 Bitcoins – pouco mais de R$ 530 mil, na cotação atual – coletados através de nove saques separados sumiram de vez do radar dos internautas e, claro, das autoridades. Essa não é a primeira vez que o recurso da Monero foi usado por criminosos e gerou polêmica entre os especialistas de cibersegurança. Há pouco mais de um mês, por exemplo, o grupo hacker conhecido como Shadowbrokers anunciou que aceitaria transferências em XMR como pagamento por alguns de seus vazamentos de dados e informações mensais.
Embora algumas pessoas acreditem que o Shadowsbrokers tem alguma relação mais próxima com o WannaCry, o fato de o grupo ter revelado recentemente que o software malicioso utiliza exploits desenvolvidos pela agência de segurança norte-americana faz com que isso seja pouco provável. De fato, muitos pesquisadores acreditam que o malware foi criado pelo Lazarus Group, uma célula hacker associada com o governo da Coreia do Norte e que pode ser a responsável pelo vazamentos massivo de dados dos servidores da Sony há alguns anos.
Fontes
Categorias