A Delta Airlines anunciou há pouco tempo que vai começar um processo de embarque que vai dispensar o bilhete – no lugar, alguns clientes vão poder usar a impressão digital. A companhia, assim como a JetBlue, também está usando o reconhecimento facial em alguns voos para poder identificar alguns passageiros.
Tudo parece muito cômodo e, sem dúvida alguma, tornam o processo mais seguro. Só tem um detalhe: como essas informações vão ser utilizadas? A preocupação é que as empresas forneçam os dados de seus clientes para órgãos do governo sem autorização ou usem isso para se beneficiar de alguma forma.
Um exemplo vem da Ola, contraparte indiana da Uber, que solicitou que os motoristas se identificassem através de um sistema de biometria chamado Aadhar, que é basicamente uma base de dados controlada pelo governo e que contém informações pessoais de 90% da população do país – algo que não é visto com bons olhos aos críticos, que afirmam que o sistema permite o monitoramento das pessoas por parte do governo.
A coleta de dados de forma intrusiva, inclusive, foi o que permitiu que a Uber fiscalizasse o comportamento de seus motoristas, em especial os que também prestavam serviços para outras plataformas.
Com isso, a preocupação de que as companhias comecem a coletar esse tipo de informação ou faça o cruzamento disso com outros dados pode permitir, por exemplo, que o governo ou um órgão de segurança (como a NSA, FBI ou CIA) saibam exatamente, entre tantas outras coisas, quem está pegando um avião, quando pegou e para onde está indo – algo que pode evoluir facilmente para um cenário de “o grande irmão está observando você”.
Nos Estados Unidos, Facebook, Google e Snapchat foram processados por violar a lei de privacidade de informações biométricas no estado de Illinois por capturar e armazenar dados de reconhecimento facial sem autorização dos usuários.
No fim, a pergunta é: até que ponto a comodidade vale a sua privacidade?
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