Uma denúncia feita por meio do Facebook na última terça-feira levantou uma grande discussão pelas redes sociais a respeito do uso indevido de dados pessoais de clientes por funcionários de empresas contratadas para prestar serviços variados. Tudo começou quando a jornalista Ana Prado, da editora Abril, revelou que um atendente da NET utilizou indevidamente o banco de dados da empresa para adicioná-la no WhatsApp e assediá-la.
Segundo Prado, o atendente teria ligado para ela durante a manhã do mesmo dia para oferecer um pacote da companhia e tudo correu normalmente até ela ter recusado a oferta e desligado. Depois disso, o funcionário teria usado seu número para contatá-la pelo app de mensagens e assediá-la, recusando-se a deletar o contato e afirmando que tinha acesso a “todos os dados dos clientes” antes de desafiar a jornalista a processá-lo.
A história rapidamente se tornou viral e incitou outras pessoas a revelarem casos similares ou até mesmo piores. “Cara, teve um que já tentou, quando instalando, passar a mão na minha coxa. Na maior”, contou uma usuária do Twitter. A repercussão foi tanta que a própria NET se pronunciou abertamente sobre assunto, afirmando que o caso de Prado é visto com seriedade e já está sendo investigado.
Como seria de se esperar, a atitude da jornalista revelou que esse tipo de abordagem por parte de prestadores de serviço é algo que não está restrito apenas aos funcionários relacionados à NET. Um dos usuários que respondeu à postagem de Prado, Pietro Brugnera revelou ter sido contatado de maneira similar por uma atendente da operadora Vivo.
@anaPrado @NEToficial cara, teve um que já tentou, quando instalando, passar a mão na minha coxa. Na maior.
— Manu Rangel (@manurangel) May 26, 2015
Consequências sérias
Em outra postagem no Facebook, Ana Prado afirmou ter bloqueado o atendente depois da conversa postada, mas sentiu que era importante fazer a denúncia para que fossem tomadas providências para impedir que a história se repetisse com outras pessoas. “Eu tentei alertá-lo e ele debochou da situação, o que deu a entender que isso deve ser prática comum por ali (e se confirmou pelas outras histórias que recebi”, afirmou.
Além disso, a jornalista afirmou que a NET entrou diretamente em contato com ela e se comprometeu a acompanhá-la até uma delegacia para que registrasse um Boletim de Ocorrência (BO). Segundo a empresa, a atitude seria importante não somente para que o acusado seja demitido por justa causa, mas também para “dar prosseguimento na esfera criminal”.
Prado revelou ainda outras afirmações que teriam sido feitas pela empresa:
“A pessoa que fez isso é provavelmente de uma empresa parceira contratada para fazer vendas [em outras palavras, o cara é terceirizado]. Mas ela não pode fazer isso. Todas essas pessoas assinam um contrato que as proíbe de entrar no ambiente de trabalho com celular, papel, lápis ou qualquer outra coisa que possibilite guardar informações dos clientes. O que aconteceu é ilegal, ninguém pode usar dados da empresa para fazer contatos particulares”, pontuou.
“O dano causado à empresa foi muito grande, a repercussão foi imensa. A diretoria inteira está reunida nesse caso. Estamos pensando em criar um canal só para receber denúncias, pois casos assim não chegam até nós. Com o BO, teremos o suporte necessário para podermos fazer desse caso um exemplo”, concluiu a companhia.
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