A web não é mais um lugar tão seguro quanto antes, e todo mundo sabe disso. De um lado, vemos um número cada vez maior de criminosos cibernéticos tentando se aproveitar de internautas desprotegidos para roubar seus dados pessoais e até mesmo informações bancárias. De outro, temos órgãos de inteligência e programas governamentais de espionagem tentando bisbilhotar a vida alheia. Não há escapatória: o jeito é se prevenir.
O problema é que a maioria das pessoas sequer têm um antivírus instalado em seu computador – como garantir que elas estarão seguras no mundo online e ensiná-las a escapar dos perigos mais comuns que assolam o território digital? Pois saiba que, diferente do que muita gente pensa, não é preciso investir em programas caros ou métodos complexos para blindar sua vida virtual e evitar dores de cabeça com hackers, por exemplo.
Adotando algumas práticas simples e rápidas em seu cotidiano, você já dificulta qualquer tentativa de acesso não autorizado a seu computador, seu smartphone, suas redes sociais ou qualquer outro tipo de serviço online que costume utilizar. O site norte-americano Lifehack separou dez dicas infalíveis que todo internauta precisa conhecer para se manter seguro nesses tempos conturbados. Confira a lista e durma despreocupado sabendo que seus arquivos estão a salvo.
Adote algumas práticas simples e fique mais seguro na web
10) Aprenda a fugir da engenharia social
Hoje em dia, os criminosos cibernéticos não dependem apenas de um simples vírus para invadir seu computador e roubar seus dados pessoais – eles precisam do seu consentimento para agir. E como eles conseguem convencer um usuário a “convidá-los” para dentro de sua máquina? Usando uma técnica chamada engenharia social, que nada mais é do que manipular um indivíduo se aproveitando de sua ingenuidade.
Pense duas vezes antes de abrir um link e três vezes antes de digitar uma informação sensível
O mais famoso ataque de engenharia social é o phishing, no qual a vítima recebe um email falso de seu banco e é persuadida a informar a senha do seu cartão para evitar um suposto bloqueio de sua conta, por exemplo. Por mais que aquela página realmente se pareça com a original da instituição financeira, trata-se de um site feito por um meliante digital com o intuito de roubar passwords.
A dica é: desconfie de tudo que você receber em seu email, WhatsApp, Facebook e quaisquer outras plataformas de comunicação. Pense duas vezes antes de abrir um link e três vezes antes de digitar uma informação sensível em um formulário online. Quando o assunto é engenharia social, é importante se lembrar de um velho ditado: a curiosidade matou o gato. Afinal, se você não é correntista do Bradesco, por que tal empresa entraria em contato pedindo dados seus?
Engenharia social é o método mais usado por hackers para roubar dados sigilosos
9) Tranque seu celular (do jeito certo)
Muitos cidadãos não protegem seu celular. Antes de tudo, vale a pena alertar que o desbloqueio por gestos (aquele em que você precisa desenhar um padrão de linhas na tela) não é seguro, pois ele deixa marcas no display do aparelho que podem ser usadas pelo ladrão para “adivinhar” o movimento que deve ser feito para destrancá-lo. O bloqueio por identificação facial também não é recomendado, já que esta tecnologia é pouco precisa.
O mais recomendado é usar uma senha alfanumérica, ou seja, que combine números e letras. O PIN de quatro dígitos não é o suficiente. Caso você seja dono de um smartphone equipado com um leitor de impressões digitais, ative-o e faça login por biometria – este é, até o momento, um dos métodos mais confiáveis para proteger seu dispositivo móvel contra o acesso de terceiros.
Vá além do clássico PIN de quatro dígitos
8) Configure backups e guarde tudo na nuvem
É melhor prevenir do que remediar. Se você não faz backups de seus arquivos com regularidade, eles serão perdidos para sempre caso seu notebook seja furtado ou seu desktop acabe quebrando. Se você preza pela segurança das suas fotos, por exemplo, recomendamos que utilize o Google Photos em todos os seus computadores e dispositivos móveis.
Ele automaticamente envia para a nuvem toda e qualquer imagem que for encontrada nos diretórios previamente informados, sem a interferência do usuário. É só instalar, configurar e esquecer por lá. Vale a pena conhecer também serviços de cloud storage gerais como Google Drive, Dropbox, OneDrive e assim por diante. Também existem programas de Windows específicos para backups automáticos, como o CrashPlan (que é gratuito).
É importante ter cópias de segurança de seus arquivos mais relevantes
7) Tenha uma solução de segurança no PC e no celular
Um antivírus sozinho já não é mais o suficiente. Toda empresa de segurança que se preze já oferece ao usuário final uma suíte completa e um multidispositivo que engloba não apenas proteção contra malwares, mas também soluções que barram ataques phishing, adicionam um firewall, oferecem um sandbox (espécie de máquina virtual ultrassegura para você realizar operações críticas, como transferências bancárias), blindam seu roteador e muito mais.
F-Secure Internet Security, Avast Premier, Kaspersky Total Security, Norton Security Premium, Bitdefender Total Security e McAfee LiveSafe são apenas alguns exemplos de produtos nos quais você pode confiar. E lembre-se: não confie em softwares gratuitos. Vale mais a pena investir uma graninha para prevenir dores de cabeça do que desembolsar ainda mais dinheiro quando o estrago já estiver feito.
Uma solução de segurança completa protege contra malwares e ataques de engenharia social
6) Proteja seu roteador
Com a popularização do conceito de Internet das Coisas, estamos cada vez mais rodeados de pequenos objetos capazes de se conectar com a internet: lâmpadas, alarmes, fechaduras inteligentes e até mesmo eletrônicos vestíveis. O responsável por alimentar todos esses gadgets é aquela caixinha que fica abandonada no canto mais escuro de sua sala de estar: o roteador. O hacker que o controlar terá acesso a todos os produtos conectados através dele.
Sendo assim, reveja as configurações desse dispositivo tão importante antes que você se arrependa. Coloque uma senha forte de administrador (a maioria das pessoas não troca a password-padrão), configure o processo de autenticação com a criptografia WPA2 (AES) e use algum programa feito especificamente para proteger seu roteador. O Avast Premier, citado na dica anterior, possui recursos bastante úteis para proteger seu gadget.
Roteadores estão se tornando alvos de ataques cibernéticos
5) Use criptografia para trocar emails importantes
Emails que não são criptografados podem ser interceptados e lidos com facilidade – e é por isso que você não deve trocar informações sigilosas ou arquivos importantes sem apelar para esse método de proteção. A melhor tecnologia de criptografia disponível no mercado é a PGP (sigla para Pretty Good Privacy), e nós do TecMundo já ensinamos nossos leitores a usar esse protocolo na hora de blindar suas mensagens.
Se você acha que é muito complicado usar o PGP, considere adotar algum serviço de criptografia automática como o ProtonMail. Se você e seu amigo estiverem usando a plataforma, a troca de informações entre ambos será protegida de maneira instantânea. Aliás, recomendamos que você dê uma conferida em nosso artigo com seis apps de comunicação que são criptografados e, portanto, bem mais seguros.
Trocar emails importantes sem criptografia é pedir para ser hackeado
4) Use VPN enquanto estiver em redes WiFi públicas
Uma rede WiFi pública – como aquelas instaladas em praças pela Prefeitura de São Paulo – é um verdadeiro playground para criminosos cibernéticos. Antes de sair navegando na web através daquele hotspot sem senha que você encontrou na rua, lembre-se de usar uma solução de VPN para entrar na internet de forma anônima, mascarando o tráfego de dados. Isso evita que terceiros interceptem sua navegação e roubem informações.
No geral, soluções de VPN de alta qualidade não são gratuitas, mas vamos recomendar um programinha confiável e que pode ser adquirido sem custos. Trata-se do Hola, que tem versões para Windows (através de extensões para navegadores como o Google Chrome e o Mozilla Firefox), Android, iOS e até mesmo SmarTVs e consoles de mesa.
Redes WiFi públicas são perigosas
3) Use um gerenciador de senhas
A melhor senha é aquela que você não consegue memorizar. Sendo assim, se você estiver fazendo a coisa toda do modo certo, a sua password para entrar em qualquer site importante deve ser algo parecido com hJV1Lqv^7kTt%PX9x, por exemplo. Um gerenciador de senhas é essencial para que você possa armazenar essas credenciais bagunçadas e fazer login automaticamente em redes sociais, por exemplo.
Além disso, a maioria desses programas também servem como blocos de anotações para o usuário guardar informações bancárias. Entre bons softwares desse tipo que você pode baixar, destacam-se o LastPass, o KeePass, o 1Password e o Avast Senhas.
Existem vários programas bons e gratuitos para você gerenciar suas senhas
2) Use autenticação de dois fatores
Autenticação de dois fatores nada mais é do que um processo de autenticação que utiliza um segundo passo além da tradicional senha. Geralmente, essa etapa adicional envolve receber um código único via SMS para seu celular ou algo do tipo. A maioria das redes sociais, serviços de armazenamento na nuvem e provedores de email possuem suporte para tal proteção, logo não há desculpas para não adotar essa medida.
1) Revise permissões e configurações de segurança
Se você usa o Facebook, é bem provável que tenha conectado uma série de aplicativos e joguinhos ao seu perfil ao longo dos últimos anos. Essa prática é perigosa, já que o desenvolvedor por trás daquele software tem acesso aprofundado à sua conta. Sendo assim, se acostume a rever as permissões de apps em redes sociais, revogando a autorização de programas suspeitos e que você não utiliza mais.
Além disso, vale a pena sempre dar uma conferida também nas configurações de segurança e privacidade de todo e qualquer serviço online que você utiliza. A Google, por exemplo, oferece uma ferramenta específica para você fazer um checkup completo e encontrar eventuais brechas.
Quais medidas de segurança você costuma adotar para proteger sua vida digital? Comente no Fórum do TecMundo
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