Por mais que o progresso traga uma série de vantagens para a nossa vida, tudo tem seu lado negativo. Um exemplo disso são os aplicativos feitos para criar treinamentos para quem deseja entrar em forma. Hoje, são tantas as opções no mercado que a escolha daquele que será nosso guia na hora de fazer nossas atividades chega a ser um verdadeiro dilema. Agora, no entanto, um estudo da University of Florida (UoF) pode simplificar bastante a tarefa.
Um grupo de pesquisadores analisou os 30 apps de exercícios gratuitos mais populares para iPhone e os comparou com as orientações do American College of Sports Medicine (ACSM) a respeito de boas práticas de atividades físicas. Depois de estudar desde as recomendações de aquecimentos até a segurança dos treinos, os pesquisadores deram notas aos aplicativos com base em três categorias: “aeróbicos, força/resistência e flexibilidade”.
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No total, a soma das notas de cada app poderia chegar até 14 e, portanto, o valor “passável” foi considerado a metade disso, 7. Com base nesses fatores, os estudiosos constataram que o único aplicativo a passar no teste foi o Sworkit Lite Personal Workout Trainer, que somou 9,01 pontos. O segundo colocado, chamado 7 Minute Workout, atingiu apenas 5,39 e se juntou aos demais entre os programas reprovados pelos pesquisadores.
Questão de prioridades
De acordo com Francois Modave, um dos autores do estudo, o problema com a maioria desses aplicativos vem do fato de acabarem colocando os usuários em risco. Segundo ele, os apps não preparam as pessoas para fazer as atividades da melhor forma, além de não usarem técnicas apropriadas e não tratarem de questões de segurança.
Em resposta enviada ao Washington Post, a Johnson & Johnson discordou da avaliação recebida pelo seu programa de exercícios, que recebeu uma nota de 2,44. Segundo a empresa, o estudo “não aparenta ser uma análise ou medida justa ou precisa” do seu software, que ela afirma ter sido feito com base em um artigo revisado publicado no Health and Fitness Journal do ACSM e, portanto, segue as orientações da instituição.
Vale ressaltar que a pesquisa da University of Florida considera apenas os programas gratuitos entre os mais populares disponíveis para iOS, deixando de lado apps que só possuem versões pagas ou que sejam exclusivos do Android, Windows Phone ou outros sistemas operacionais. Dessa forma, ainda é preciso considerar muitas opções antes de escolher aquela que atenda melhor às necessidades individuais de cada um de nós.
Subindo o nível
Conversando também com o Washington Post, o diretor nacional de certificação do ACSM, Richard Cotton, afirmou que o estudo merece aplausos por tentar elevar o nível das aplicações de tecnologia às atividades físicas. Segundo ele, a instituição é clara quando diz que os três componentes (aeróbica, força e flexibilidade) são necessários para um programa abrangente de exercícios.
No entanto, Cotton também ressalta que a organização não espera que todos os apps incluam todos os componentes de suas orientações. De acordo com o diretor, até mesmo aplicativos que só abordem uma das áreas possuem valor para os usuários que pretendem usar a tecnologia de acordo com suas necessidades de atividades físicas e saúde.
Cotton citou como exemplo o caso do app da J&J, que foi feito para oferecer melhorias na força muscular e resistência, além de encorajar os usuários no quesito aeróbico. O diretor ressalta que a ACSM recomenda que todos procurem pelo suporte tecnológico mais apropriado para seus objetivos e necessidades. Além disso, ele estimula a indústria de forma geral a continuar seu progresso e usar o estudo da UoF para melhorar ainda mais.
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