A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) recebeu um investimento de cerca de US$ 79 milhões para o desenvolvimento de um audacioso projeto. Mas o órgão estadunidense não visa aprimorar uma ou outra tecnologia militar com este montante. Sob o nome de BRAIN (“Pesquisas de Cérebro por meio do Avanço Inovador de Neurotecnologias”, em tradução livre), a empreitada tem o objetivo de implantar um componente eletrônico junto ao sistema nervoso de seres humanos capaz de otimizar as capacidades de cura do corpo.
O sistema será constituído por três sensores: um módulo, um mecanismo de mediação de impulsos e outra peça destinada à monitoração da performance elétrica do sistema nervoso. O “implante minimalista e de alta precisão poderá monitorar e regular os sinais dos nervos periféricos para um controle adaptativo das funções de órgãos”, afirma a DARPA. Tratar desordens mentais, como traumas de guerra adquiridos soldados, é outra das possibilidades vislumbradas pelos cientistas.
Atuação
Significa, em outras palavras, que um condutor tão espesso quanto um nervo vai regular o sistema nervoso por meio de impulsos elétricos; se uma doença estiver em progressão ou se algum tipo de disfunção biológica se mostrar presente nos pacientes, o sistema BRAIN fará com que o corpo das pessoas atue contra infecções ou previna, por exemplo, a manifestação de determinados problemas.
“Em vez de realizarmos a cura apenas por meio de medicamentos, pensamos em um sistema de circuito fechado que vai trabalhar como um marca-passo inteligente”, diz Doug Weber, gerente do promissor programa da agência norte-americana. “Vamos avaliar os padrões [dos impulsos elétricos] continuamente, o que criará possibilidades para estimularmos os órgãos na medida certa para que possamos mantê-los saudáveis”, arremata o pesquisador.
Fazer com que os mecanismos de cura do corpo humano sejam potencializados não apenas afeta de forma positiva o tratamento ou prevenção de doenças; por estimular o sistema imunológico sem necessidade de interferência medicamentosa, o projeto BRAIN afasta reações adversas ou alérgicas a fármacos. Uma cirurgia complexa deverá ser realizada para que a tecnologia possa ser testada – o curto prazo de cinco anos foi primeiramente estabelecido para o desenvolvimento do projeto.
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