(Fonte da imagem: Reprodução/E-Cigarettes Nation Wide)
Em 2011, nos primórdios da existência do Tecmundo, publicamos uma matéria sobre cigarros eletrônicos, falando sobre como funcionavam, quais as controvérsias que o envolviam, seu sucesso em número de adeptos e sua proibição no Brasil. Um novo estudo publicado este ano, porém, vem trazer más notícia para a indústria do e-cig.
Cientistas da Associação Americana de Pesquisa Para o Câncer expuseram células brônquicas ao vapor do cigarro eletrônico e descobriam que ele alterou as células, que, por sua vez, mostraram um padrão de expressão genética similar ao daquelas expostas ao tabaco.
Ainda que possivelmente leve um tempo até que a ciência saiba exatamente como essas células estão sendo alteradas, o dispositivo conhecido por ser muito menos prejudicial que o cigarro convencional e aparentemente livre dos riscos oferecidos pela nicotina pode não ser tão benigno, no fim das contas.
A lista de más notícias para a indústria dos e-cigs continua e estudos como esse, e tantos outros que vêm surgindo há anos, devem impactar países nos quais a comercialização do dispositivo é permitida — o próprio governo americano, mais especificamente a Administração de Comidas e Drogas dos EUA, já começou a apertar o cerco contra o produto desde dezembro do ano passado.
O outro lado da moeda
Apesar disso, há evidências de que os e-cigs são uma ferramenta efetiva para pessoas que tentam parar de fumar. É inegável que “vaporizar”, em vez de fumar, significa que você está evitando inalar todas aquelas dezenas de componentes químicos para seu organismo. Em outras palavras, enquanto usar esse tipo de aparelho pode causar danos ao seu corpo, certamente ainda são danos menores que aqueles causados pelo cigarro convencional.
Segundo dados de fevereiro de 2014, nos Estados Unidos, em menos de dez anos, as vendas do cigarro eletrônico atingiram 1,7 bilhão de dólares, 650 milhões de dólares na Europa. Alguns especialistas chegam a dizer que o cigarro convencional sairia de circulação, devido ao sucesso de seu sucessor eletrônico.
A necessidade de uma regularização
O Dr. Drauzio Varella diz perceber, entre os detratores e defensores do aparelho, argumentos consistentes, mas acredita que o mais importante é que devam ser estabelecidas leis que obriguem o e-cig a passar por controle de qualidade, que proíbam seu uso também em locais públicos fechados e que não seja permitida a publicidade do produto nos meios de comunicação em massa.
“Seria fundamental, ainda, proibir que os fabricantes adicionassem mentol, essências de morango, baunilha ou chocolate para torná-los mais palatáveis às crianças, prática criminosa que a Anvisa não consegue impedir que a indústria do fumo continue usando no cigarro comum”, diz Varella, sobre a possibilidade da descriminalização da venda do dispositivo no país.
Por fim, o médico comenta que ainda que o cigarro eletrônico seja uma forma que cause menos dano ao lidar com a dependência de nicotina, é preciso elaborar urgentemente uma legislação que regulamente seu uso. Atualmente, quando usado em território nacional, o produto é de origem importada, vindo de compras internacionais feitas pelos próprios usuários.
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