Na semana passada, Ruanda estreou o primeiro sistema do mundo que usa drones para entregar sangue a regiões remotas. Criados pela startup californiana Zipline, os dispositivos vão realizar transportes para 21 unidades de transfusão localizadas na parte ocidental do país, cuja infraestrutura mal desenvolvida dificulta alcançar pacientes usando as estradas disponíveis.
A parceria entre a empresa e o governo local foi anunciada no início deste ano e, desde então, estão ocorrendo testes de entrega na região de Muhanga. O centro de distribuição abriga 15 drones modificados conhecidos como “Zips” que podem voar distâncias de até 150 quilômetros e carregar até 1,5 quilo de sangue.
Os hospitais que precisam de doações podem fazer solicitações através de mensagens de texto e têm que esperar, em média, somente 15 minutos para que uma entrega seja efetivada — o que elimina custos relacionados ao resfriamento e isolamento do material. Ruanda é um dos países que abraçou mais rapidamente sistemas de entrega via drones, já tendo investido inclusive em um aeroporto voltado a esses dispositivos (cuja inauguração deve acontecer em 2020).
Sistema em expansão
“Acredito que muitas pessoas são cínicas quanto às entregas por drones porque não é algo prático”, afirmou ao The Verge o CEO da Zipline, Keller Rinaudo. Embora ele reconheça que o alcance dos aparelhos ainda é baixo, ele garante que a frota de sua empresa “pode fazer centenas de entregas diárias, sendo que cada uma delas tem o potencial de salvar uma vida humana”.
O sistema deve ser expandido para outros países em 2017
As primeiras entregas de sangue ocorreram na semana passada e há planos de expandir o sistema para a parte oriental do país no início de 2017. A Zipline também tem planos de atuar em áreas rurais dos Estados Unidos entregando tanto sangue quanto remédios a pessoas necessitadas — além disso, ela pretende atuar em outros países da África e expandir sua frota de drones.
“A ideia de que você vai usar isso somente para entregar sangue é equivalente a construir uma estrada em Ruanda e só permitir que carros rosa passem por ela”, brinca Rinaudo. “Isso se trata de infraestrutura e você pode usá-la para diversas coisas diferentes, algumas delas previsíveis e outras imprevisíveis”.
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