Durante a CES 2017, nós mostramos por cima um pouco das novas televisões da Samsung com tecnologia QLED, que prometem ser o ápice de tecnologia em visores em 2017. Apesar de ainda estar um pouco longe do lançamento (deve chegar próximo do meio do ano no Brasil), nós conversamos com representantes da Samsung para saber um pouco mais a respeito dos novos aparelhos.
Em conversa com João Rezende, executivo da marca no Brasil, tivemos um pouco mais de detalhes dos modelos Q8 e Q9, ambos presentes da CES desse ano. O representante nos contou sobre a nova tecnologia QLED, os recursos do One Connect e o novo design das TVs. Confira:
QLED é o futuro das televisões?
Quando conversamos sobre televisões atuais, os modelos que mais se destacam são dois: dispositivos com telas OLED e produtos com tecnologia de pontos quânticos. O QLED é uma evolução dos aparelhos 2016 da Samsung, trazendo muito mais fidelidade de cor, brilho e contraste, além de recursos aprimorados, como o HDR.
Para explicar de uma maneira crua e resumida: a tecnologia QLED transmite imagens de uma forma insanamente próxima da realidade. Ok, parece frase de slogan de todos os aparelhos das últimas duas décadas, mas por que dessa vez é diferente? A grande sacada é o brilho do display, que é muito alto.
O brilho alto é uma das grandes sacadas do QLED
Se você tem uma TV de LCD ou até mesmo LED, deve ter notado: se o brilho for alto demais, a imagem fica “lavada”, não é mesmo? Fica completamente esbranquiçada, comprometendo a qualidade final. Bom, é nisso que os modelos Q8 e Q9 se destacam. Para dar um exemplo de comparação: TVs OLED de altíssima performance alcançam apenas 600 nits (nits é a medida de brilho), enquanto a Q8 tem 1,5 mil nits e a Q9 tem 2 mil nits.
O brilho alto é particularmente bom para outros recursos da TV, como o HDR
Em outras palavras: a fidelidade de cor é mantida mesmo com níveis de luminosidade altíssimos. Seja em ambientes claros ou escuros, as imagens são impressionantes. No exemplo abaixo, você vê à direita uma televisão QLED e uma convencional lado a lado. João Rezende mencionou que durante a CES 2017, uma câmera 4K filmava tudo e transmitia em tempo real para duas TVs: uma QLED e outra convencional, e o aparelho com a nova tecnologia se parecia uma janela de tão vívido.
O modelo com QLED é o da direita
A Samsung quer apostar nessa tecnologia também por conta da durabilidade dos pontos quânticos. João explica que, apesar de a OLED ter uma boa qualidade (e níveis de preto muito bons), trata-se de um dispositivo que depende de um componente orgânico que, com o tempo, vai se degradando e perdendo a qualidade. Em contrapartida, o consumidor troca de TV a cada cinco ou seis anos (às vezes mais), algo que não se enquadra nos produtos com QLED.
As telas OLEDs são boas para o mobile, no qual o visor fica muito tempo apagado, mas não para display maiores
Um controle para todos controlar
Um dos recursos interessantes dos novos modelos apresentados na CES 2017 é a possibilidade de controlar tudo que está conectado à TV com um único controle. Algumas televisões da Samsung de 2016 já contavam com o recurso, chamado de One Connect, que ligavam todas as entradas de vídeo em um único HUB.
Agora, esse conector geral é ligado ao dispositivo por um cabo de fibra ótica, trazendo ainda mais velocidade de transmissão de dados. O One Connect detecta automaticamente que tipo de dispositivo está na porta HDMI, como decodificadores de TV à cabo, video games, Home Theaters e muito mais, e renomeia a entrada de acordo com cada um, tudo feito automaticamente.
A melhor parte é que você pode deixar o HUB e todos os outros aparelhos escondidos na sua sala de estar, já que o controle único da conta de tudo. Em outras palavras, eles podem ficar até em outro cômodo ou dentro de uma gaveta, por exemplo, sem cabos passando por fora ou necessitando que você os esconda atrás do painel da TV, por exemplo.
A conectividade smart é algo que a Samsung também quer focar (já que o 3D é uma tecnologia que está morrendo). Os televisores virão equipados com o sistema operacional Tizen e diversos atalhos na interface, como no Netflix, que em três cliques consegue retomar o último conteúdo que você estava assistindo. Além disso, diversos apps e conteúdo dos smartphones e tablets poderão ser compartilhados na TV através de um aplicativo.
One Connect
Design em essência
O que falamos acima está diretamente associado ao design do aparelho, que é um dos destaques que a Samsung quer dar aos modelos Q8 e Q9. Conforme mostramos na época da CES, tratam-se de aparelhos extremamente finos (tão finos quanto celulares). E isso não é por acaso, ou seja, para mostrar que é possível afinar as televisões.
O grande propósito aqui é implementar o “zero gap”, ou em explicação mais fácil, tornar o vão entre o suporte de parede e a TV quase nulo, dando um aspecto de quadro vivo ao ambiente em que se encontra. Caso opte, também é possível colocar a TV em um suporte que lembra o canvas de um quadro, fazendo mais uma analogia à “obra de arte”.
Ambos os televisores contam com a borda infinita, nomenclatura para bordas finas e que dão a impressão de não ter moldura alguma. A versão Q8 tem tela curva também, tudo para deixar o dispositivo ainda mais atrativo aos olhos (e não estamos falando de imagens).
Ok, mas quanto sai a brincadeira?
Verdade seja dita, provavelmente essas TVs (Q8 e Q9) não são para mim ou para a maior parte dos consumidores brasileiros. Com tantas funcionalidades, design de ponta e tecnologias novas, os produtos são voltados para a classe A. Ou seja, esperem por preços bem altos. Por ora, os dispositivos ainda não têm datas para chegar ao Brasil, mas estima-se que seja no meio do ano.
E como ficam pessoas como eu, que não terão o poder aquisitivo para esse tipo de aparelho? A grande vantagem de novas linhas chegarem ao mercado é que parte das novas tecnologias tem um processo de cascata, ou seja, são rebatidas para as linhas intermediárias e até mesmo de entradas.
Provavelmente, os modelos serão bem caros, mas parte dessa tecnologia deve ser aproveitada em outros produtos da empresa
Durante o papo que tivemos com João Rezende, o executivo disse que é bem provável que diversos recursos da linha QLED cheguem aos demais televisores de 2017. Mas não fique triste: se o seu sonho de consumo é uma TV com o novo recurso de imagem, é bem possível que modelos desse estilo fiquem mais barato no futuro, pois a Samsung realmente acredita que é a próxima tendência quando o assunto é televisão.
Fontes