Se depender de uma das principais mentes pensante dentro da Oculus VR, a parceria entre a empresa e a Samsung tem tudo para render ótimos frutos e, possivelmente, jogar a competição no ramo de realidade virtual para escanteio. Em uma postagem feita na internet na última segunda-feira (8), John Carmack, chefão de tecnologia da companhia, indiciou que está trabalhando arduamente em melhorar os recursos de monitoramento de posição no Gear VR – os óculos mobile da sul-coreana.
A revelação veio em um tweet do veterano da indústria a um seguidor. “Eu ainda acho isso importante, mas com grande parte do meu tempo investido no monitor de posição do Gear VR, não toquei nela em meses”, respondeu o criador do Quake original a um internauta que perguntou sobre sua demo de VRScript. A publicação é praticamente um anúncio e tanto para um dos gadgets de realidade virtuais mais baratos e móveis da indústria, que só tem a ganhar com a adição de um sistema que identifica a posição exata do seu corpo.
@vessenes I still think it is important, but with most of my time on position tracking for GearVR, I haven't touched it in months.
— John Carmack (@ID_AA_Carmack) February 8, 2016
Mar de possibilidades
Atualmente, o dispositivo só consegue acompanhar o movimento de cabeça do usuário em um eixo fixo, com movimentos bruscos da câmera ou mudanças de ângulo e posicionamento dentro do mundo digital podendo causar sensação de náusea – principalmente pela desconexão entre o que o corpo sente e o que é apresentado aos olhos. Um monitoramento integrado da posição do consumidor na área à sua volta poderia tanto aperfeiçoar a experiência com o produto como abrir portas importantes para os desenvolvedores.
Seria possível, por exemplo, criar aplicativos que utilizassem de forma imersiva a forma do ambiente em que a pessoa está jogando ou incorporar elementos de realidade aumentada à brincadeira – da mesma forma que, teoricamente, pode vir a ser feito com o HTC Vive. O aparelho da taiwanesa e da Valve, aliás, é um dos grandes exemplos do uso desse tipo de tecnologia, com demonstrações como a de Job Simulator atraindo muitos clientes em potencial para o seu lado nesse mercado.
No entanto, além de ainda não ter sido lançado oficialmente, o Vive utiliza cabos para conectar o público ao PC e pede que sejam utilizadas duas torres e sensores manuais para ajudar a determinar o posicionamento do jogador – fatores que limitam bastante a área de atuação do equipamento. Se Carmack – que, aparentemente, tem trabalhado nisso desde 2014, pelo menos – conseguir implementar esse monitoramento utilizando apenas os sensores do smartphone acoplado ao Gear VR, o cenário da tecnologia pode mudar completamente.
Afinal, bater uma tecnologia sem fio e com tantos ou mais recursos quanto os dispositivos voltados especificamente para a realidade virtual – custando muito menos, caso você já possua um celular da marca – é uma tarefa bem difícil. Se o gênio da programação da Oculus VR conseguir ainda implementar um bom uso da câmera traseira dos smartphone da Samsung nessa equação, as chances são de que sobre munição até mesmo para lidar com os avanços da Microsoft no cenário de realidade aumentada com o HoloLens.
Os jogadores piram
Embora, nesse momento, as possibilidades de atualizações e patches dos produtos e dos óculos VR da fabricante sul-coreana – que conta com o apoio de um dos gurus da tecnologia e do Facebook – não passem de especulação, fica difícil não imaginar um futuro ainda mais promissor para esse segmento. Sem um emaranhado de cabos e com um headset bem mais leve que o dos competidores, será que a Samsung vai se despontar entre os gamers como o conjunto de realidade virtual mais ágil e menos restritivo do segmento?
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