Depois de uma grande quantidade de acidentes, um recall em larga escala e ainda mais incidentes desastrosos, a Samsung oficialmente jogou a toalha e suspendeu a produção do Galaxy Note 7 e instruiu seus proprietários a desligar os aparelhos. Agora, analistas estimam que, caso a situação persista e a coreana realmente tenha que parar de fabricar e pegar de volta todos os dispositivos da linha, o prejuízo total pode ficar na casa dos US$ 17 bilhões.
Após a interrupção na fabricação e venda dos aparelhos, a Samsung aguarda pelas avaliações dos órgãos reguladores de segurança dos Estados Unidos para decidir que caminho seguir de forma definitiva. De acordo com analistas consultados pela Reuters, a companhia por decidir por acabar com o Note 7 e seguir para um sucessor independentemente do resultado, em uma tentativa de limitar os danos financeiros e de reputação.
No pior dos casos, o aparelho pode ser banido nos EUA
“No pior dos casos, o [governo dos] EUA pode concluir que o produto é fundamentalmente falho e banir as vendas do dispositivo”, afirma Song Myung-sub, analista da HI Investment Securities. Caso isso aconteça ou a fabricante decida parar de vender o Note 7, isso vai significar a perda dos 19 milhões de celulares da linha que se estimava que a empresa conseguiria vender, somando US$ 17 bilhões em prejuízo.
O prejuízo total da Samsung com o fracasso do Note 7 pode chegar a US$ 17 bilhões
Agora é tarde
Caso a companhia voltasse a vender o aparelho no quarto trimestre, como era previsto inicialmente, o valor das perdas estimadas seria consideravelmente menor, girando em torno dos US$ 5 bilhões por conta dos custos do recall e das comercializações perdidas. Embora a Samsung não tenha feito um anúncio oficial a respeito, agora parece que as chances de isso acontecer são pequenas – e a imprensa coreana já diz que a companhia vai acabar com o Note 7.
Segundo Edward Snyder, diretor da Charter Equity Research, a situação atual provavelmente “matou” o modelo atual da família Note. “Até eles conseguirem arrumar o problema, terão que passar por um processo de recertificação e requalificação e, quando isso acontecer, estarão pressionados pelo lançamento do [Galaxy] S8”, afirmou à Reuters.
Até o Note 7 estar pronto para voltar às lojas, a empresa já estará prestes a lançar o Galaxy S8
Tem como ficar pior?
Ainda que o número de US$ 17 bilhões seja inegavelmente significativo, o fato é que uma empresa como a Samsung, que fechou junho com um valor de mercado de US$ 235 bilhões e com USS 69 bilhões em dinheiro e equivalentes no caixa, essas perdas podem ser absorvidas. De acordo com os analistas, o maior problema causado pelo fracasso do Note 7 para a coreana é o impacto sobre sua reputação e marca.
O maior problema do fracasso do Note 7 é o dano à reputação da Samsung
“Achamos que o incidente pode ferir a demanda por outros modelos de smartphones da Samsung”, afirmam os especialistas da agência de investimentos Nomura. Segundo eles, a situação toda pode fazer com que as estimativas de lucro a fabricante para o quarto trimestre do ano sejam cortadas em até 85%.
Com a ausência do Note 7, a situação favorece a posição do iPhone 7 da Apple e do Pixel da Google
A situação toda favorece consideravelmente a posição de rivais de peso, como o iPhone 7 da Apple e o novo Pixel da Google, que serão as principais novidades disponíveis no mercado na época das festas de fim de ano. Segundo Stephen Robb, da firma de direito Weightmans, a Samsung terá que escrever pedindo desculpa a cada um dos seus consumidores e oferecendo algum tipo de compensação, caso contrário poderá ficar marcada.
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