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Sempre que é anunciado algum avanço muito grande no campo da robótica, muitos temem o futuro de seus empregos e carreiras. Infelizmente, há muitas funções em que os robôs já conseguem substituir os seres humanos, mas será que todas as profissões sofrem com a mesma ameaça?
Michio Kaku, um dos maiores físicos teóricos ainda vivos, disse durante a Campus Party Brasil 2012 que funcionários operacionais devem ser cada vez mais suprimidos pela tecnologia, mas outros trabalhos – principalmente artísticos e intelectuais – não devem passar pelo mesmo. Confira agora seis razões pelas quais os humanos não precisam temer – tanto – a tecnologia.
1. Computadores não são flexíveis
Você conhece algum computador capaz de criar uma história com início, meio e fim, sem que haja qualquer instrução de seus programadores? É claro que isso ainda não é possível. Ao contrário do que acontece com os humanos, que desde muito pequenos já conseguem ser muito criativos na busca por soluções para seus problemas (independente da gravidade deles).
Neymar e Messi não se sentem ameaçados (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Isso significa que computadores e, mais ainda, robôs não estão preparados para identificar conflitos não explicitados por um ser humano. Além disso, estão muito aquém do que é necessário para conseguirem desenvolver soluções para algo não literal. Pode parecer muito óbvio, mas robôs são, pelo menos por enquanto, mecânicos demais.
2. Robôs são pouco inteligentes
Imagine um supermercado. Vários caixas estão disponíveis, 90% sendo operados por funcionários humanos e 10% eletrônicos. Se algo dá errado com os primeiros, os operadores de caixa conseguem resolver seus problemas sozinhos, raramente precisando da ajuda de seus gerentes – salvo em raros casos em que há disparidade nos valores mostrados nas gôndolas e no sistema.
Ao mesmo tempo, caso algo dê errado nos automáticos, será preciso chamar o gerente ou um operador que consiga resolver a situação rapidamente. Segundo o Gamma Squad, nos Estados Unidos esse tipo de caixa já existe e, na grande maioria dos locais em que são utilizados, existem funcionários especializados em consertar os constantes problemas apresentados por eles.
Outro exemplo muito simples. Tente ter uma conversa com a Siri do iPhone 4S. Se você precisa de algo com urgência, as chances de o sistema identificar tudo da maneira errada são muito grandes. Imagine uma pizzaria delivery sendo comandada por um robô que entende sabores, e tamanhos da maneira errada.
3. Máquinas custam caro
É utópico demais imaginar que, um dia, o dinheiro será menos importante do que as pessoas. Mas não é por isso que os seres humanos serão substituídos pelos robôs, até porque os seres cibernéticos custam muito mais caro do que qualquer outro. É verdade que não é necessário pagar salário para as máquinas, mas os custos de aquisição e manutenção são muito elevados.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Existe outro detalhe de que muitas pessoas se esquecem. As pessoas podem se atualizar frequentemente para aprender a utilizar novas ferramentas e desempenhar projetos diferentes. Já os robôs podem até passar por alguns upgrades, mas em menos de cinco anos eles se tornam obsoletos e é necessário reciclar todo o maquinário.
4. Marketing ainda fala mais alto
Existe algo que é levado em consideração pelas pessoas: o trabalho humano. Basta você observar como os trabalhos artesanais são valorizados por grande parte da população mundial. Talvez isso represente um medo dos seres humanos, que valorizam o que é feito pelo homem para que a robótica avance ao nosso lado – e não sobre nós.
5. O vale da estranheza
Existe um termo na robótica e na computação que é conhecido como “Uncanny Valley” (Vale da estranheza). Ele foi criado pelo professor japonês Masahro Mori (especializado em robótica), em 1970. Em resumo, trata-se de um conceito utilizado para representar a repulsa que os seres humanos apresentam em relação aos robôs e gráficos que se aproximam demais da realidade.
Por que isso existe? Não existe uma explicação comprovada até hoje, mas a hipótese mais aceita diz que os seres humanos se sentem incomodados ao serem confrontados por algo tão parecido com eles, mas que na verdade foi criado mecanicamente. Michio Kaku diz que esse é um dos principais motivos para que a robótica não seja tão avançada até hoje.
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Em suma: os seres humanos não estão preparados para conviverem com robôs realmente realistas e que possam ameaçar seus postos mais intelectuais. E é por isso que a robótica não evolui tão rapidamente quanto a informática, por exemplo. E é também por esse “medo” que dificilmente alguém contrataria um robô para trabalhos em escritórios.
6. A tecnologia é frágil
Muitas pessoas pensam que o mercado de processadores vai continuar com preços sendo reduzidos para todo o sempre. A verdade é que isso não vai acontecer por muitos anos. A indústria de chips precisa de ligas criadas com elementos abundantes e raros ao mesmo tempo – como o Óxido de Índio-Estanho, que existe em abundância, mas sua extração é limitada.
Mais do que isso, no ano passado estivemos diante de uma crise que elevou os preços de muitos componentes de hardware devido às perdas de materiais causadas por enchentes na Tailândia. Infelizmente as previsões são de que nos próximos anos isso seja mais frequente, o que pode causar aumentos nos custos de vários eletrônicos.
Logicamente, isso também poderá ser encontrado na robótica. Por causa dessa incerteza, é difícil que empresas decidam investir fortemente em robôs, pelo menos por enquanto.
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