Quem resolver dar uma passadinha no Museu Nacional de Ciência do Japão durante essa primeira semana de agosto vai ter a chance de conhecer um conceito de robô bastante único. Alter, como é chamado, pode parecer um autômato como qualquer outro, com um rosto e braços de aparência humanoide, mas a parte interessante está na maneira como ele se move – não pela estranheza de suas ações, mas porque é ele quem cria seus próprios movimentos.
Para conseguir essa curiosa façanha, Alter conta com um conjunto de 42 atuadores pneumáticos, que controlam cada um de seus movimentos, que são conectados a um “Gerador Central de Padrões” (ou CPG, em inglês). Esse sistema, por sua vez, utiliza uma rede neural que permite a ele, basicamente, gerar seus movimentos de maneira não previamente programada e sem que um humano precise inserir comandos.
Ao mesmo tempo, Alter utiliza uma série de sensores para dar a ele o equivalente aos nossos próprios sentidos, que permitem ao robô sentir a proximidade de objetos, além da temperatura, umidade e barulho do ambiente. Tudo isso trabalha em conjunto para ajudar a definir as ações do autômato, que pode variar entre ações longas e suaves e mudar para movimentos completamente randômicos.
O resultado, como você pode conferir no vídeo acima, é algo entre o curioso e o bizarro: Alter se move de maneira errática e bastante estranha, mas é perceptível que suas ações são livres e orgânicas, quase como se ele estivesse vivo – mesmo não parecendo algo exatamente humano ou robótico. Para dar um toque levemente macabro, o robô é exposto em uma sala escura, e executa sons que podem ser tanto tranquilizantes quanto perturbadores, baseados no movimento de seus dedos.
Um passo em direção aos robôs do futuro
Segundo o site Engadget, a ideia por trás desse projeto é justamente dar um passo em direção aos robôs que se movimentam sozinhos. Como notado por Kouhei Ogawa, um dos envolvidos no projeto, Alter é um marco por ser capaz de interagir com sua plateia sozinho por períodos indeterminados; em comparação, robôs comuns pedem um trabalho enorme e exaustivo para apresentações simples.
Até agora, fazer androides falarem ou interagirem por 10 minutos era uma incrível quantidade de trabalho – apenas para programar algo para reagir por tanto tempo
“Até agora, fazer androides falarem ou interagirem por 10 minutos era uma incrível quantidade de trabalho – apenas para programar algo para reagir por tanto tempo”, explicou Ogawa. “Alter, movendo por si mesmo, pode fazê-lo facilmente”, continou.
Infelizmente, Alter não vai continuar exposto por muito tempo no museu, sendo retirado de lá no fim desta semana. Mas isso não quer dizer que o projeto vai ser deixado de lado: a equipe por trás do robô espera que suas interações possam inspirá-los a novas formas de ensinar (bem como novos ensinamentos) sua criação. Logo, não se surpreenda em vê-lo novamente, no futuro, com uma inteligência artificial ainda mais impressionante.
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