O que torna as mãos robóticas inferiores às suas contrapartes de carne e osso, mesmo considerando a maior força, precisão e velocidade dos movimentos que os membros biônicos são capazes de realizar? A resposta é fácil: diferente de nossas próprias mãos, as versões eletrônicas estão limitadas a imitar as ações para as quais estão programadas.
Mas e se fosse possível permitir que as mãos robóticas fossem tão adaptáveis quanto nossas próprias mãos, tornando-se mais eficientes a cada repetição de uma mesma tarefa? Essa foi a ideia que levou uma equipe de pesquisadores a desenvolver uma nova tecnologia que vai dar a esse tipo de membro uma capacidade de manipulação de objetos ímpar.
Com o nome de ADROIT Manipulation Platform, a tecnologia combina uma mão biônica de 300 mil dólares com um software que aprende de maneira orgânica como realizar um movimento e segurar objetos. No lugar de programar cada parte do movimento, o programa usa o já famoso machine learning combinado de feedback em tempo real para fazer com que o braço melhore sua performance a cada repetição de um movimento.
Caso você esteja se perguntando se isso funciona, basta ver o vídeo logo acima para saber a resposta. Nele, o braço é mostrado em seu processo de aprendizado na tarefa de girar um objeto em suas mãos e, a cada nova tentativa, mostra resultados melhores: de uma ação que leva vários segundos para ser realizada e é bastante desajeitada, ela evolui para algo muito mais próximo do movimento de nossas próprias mãos.
É claro que, para chegar a esse estágio, o sistema ainda precisa contar com uma série de sensores e uma câmera de captura de movimento só para analisar as informações e saber como melhorar. Mesmo assim, já é um passo e tanto na direção de um superbraço biônico – ainda mais se considerarmos que esses aparelhos podem se tornar mais eficientes do que nós mesmos, por sua supracitada precisão, força e velocidade superiores de movimento.
Tal manipulação dinâmica habilidosa com objetos livres nunca foi demonstrada antes nem mesmo em simulações, muito menos os resultados de hardware físico que nós temos
De acordo com o site GeekWire, a equipe ainda tem um longo caminho pela frente: eles ainda precisam, por exemplo, testar se esse braço mecânico é capaz de analisar objetos e situações que ele nunca enfrentou antes, encontrando sozinho a melhor maneira de lidar com elas. Quando isso estiver resolvido, no entanto, podemos esperar robôs muito mais eficientes do que os que temos atualmente – ou até membros biônicos muito mais orgânicos do que as próteses limitadas de hoje em dia.
A quantos anos estamos de próteses robóticas tão eficientes quanto membros de verdade? Comente no Fórum do TecMundo
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