Assembleia anual da RIM deve provocar a ira dos acionistas

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Reuters. Por Alastair Sharp - Investidores na Research in Motion (RIM), desesperados por notícias sobre os planos da fabricante do BlackBerry para reverter sua crise, provavelmente deixarão a assembleia anual desta terça-feira com um sentimento ainda mais intenso de frustração.

Enquanto alguns requerem mudanças em uma estrutura de gestão que acusam de deficiência na prestação de contas, outros estão ansiosos por alguma coisa --qualquer coisa-- de concreto sobre a RIM que restaure ao menos parte da glória passada das ações da empresa.

Os acionistas tiveram pouco a comemorar durante um doloroso período de transição para a empresa que no passado dominava o mercado de celulares inteligentes, com aparelhos cujo componente central era a função de e-mail seguro.

O lucro da RIM caiu no trimestre passado e a empresa alertou sobre novos problemas no futuro, enquanto se esforça para convencer os céticos de que seus produtos são capazes de concorrer com o iPhone e iPad, da Apple, e com os aparelhos de ponta equipados com o software Google Android.

A RIM demorou a reagir à mudança no panorama dos celulares inteligentes, agora que aplicativos como jogos e serviços de vídeo desempenham papel mais importante na seleção de aparelhos pelos consumidores, e que grandes empresas permitem que seus funcionários escolham que celulares preferem usar para acesso às redes empresariais.

As ações da companhia perderam o ímpeto depois de um pico em fevereiro, e o valor de mercado reduzido de cerca de 15 bilhões de dólares que a RIM apresenta vem causando especulações no sentido de que um rival com caixa forte tente tomar o controle do grupo a baixo preço.

"Vai ser mais combativo que de hábito, por conta da cotação atual das ações e da pressão por uma separação entre os postos de presidente-executivo e do Conselho", disse o analista Matthew Thornton, da Avian Securities.

Um acionista queria que fosse votada a separação entre as funções de presidente do Conselho e presidente-executivo, hoje ocupadas pelo co-fundador Mike Lazaridis e seu co-presidente Jim Balsillie, mas recuou depois que a RIM prometeu estudar o assunto.

A decisão "é uma tática para ganhar tempo", disse um especialista em governança corporativa em uma empresa que detém ações da RIM e pediu que seu nome não fosse revelado. "Eu imagino que eles entenderam a mensagem, porque receberam um sinal claro de que é isso que o mercado quer. Devem ter compreendido."

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