Após ameaçar processar a Meta por causa do lançamento do Threads, o Twitter (atual X) agora quer levar o Center for Countering Digital Hate (CCDH), organização sem fins lucrativos que estuda os discursos de ódio nas redes sociais, aos tribunais. A entidade divulgou mais detalhes nesta segunda-feira (31).
De acordo com o CCDH, uma carta assinada pela X Corp. foi recebida no último dia 20. No documento, a companhia liderada por Elon Musk acusa a organização de fazer alegações “falsas ou enganosas” a respeito da rede social, o que teria levado à perda de anunciantes.
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O CCDH acusa Musk de não fazer nada para impedir os discursos de ódio no Twitter/X.Fonte: Getty Images/Reprodução
A ameaça de processo diz respeito a uma pesquisa divulgada em junho, sugerindo que o Twitter permite postagens racistas e homofóbicas, contrariando as políticas de uso da plataforma. Segundo o relatório, a empresa falhou em agir em 99% dos casos de postagens de ódio feitas por assinantes do Twitter Blue.
O estudo questionou ainda se o algoritmo do Twitter estaria impulsionando tweets tóxicos. A pesquisa também indica falhas nas ações para barrar 89% dos posts contendo discursos de ódio antijudaísmo e 97% das publicações com discurso antimuçulmano.
Tentativa de silenciar críticas
Em comunicado, o CEO do CCDH, Imran Ahmed, afirmou que a ameaça de processo por parte da X Corp. é uma tentativa de “silenciar críticas honestas e pesquisas independentes”.
Além disso, reforçou que a perda de anunciantes da plataforma teria relação com a falta de ação de Musk em relação a combater a disseminação de ódio e racismo no Twitter.
Sobre as acusações de que a entidade estaria sendo financiada por concorrentes do microblog ou governos estrangeiros, Ahmed disse que o CCDH não aceita qualquer tipo de financiamento. As restrições na visualização de tweets, dificultando a extração de dados para pesquisas, também foram criticadas por ele.
“Esta deveria ser a última vez que alguém se atreve a afirmar que Musk é um ‘absolutista da liberdade de expressão’”, acrescentou o CEO. Questionada sobre os comentários de Ahmed, a X Corp. não se pronunciou.
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