A uma semana das eleições legislativas dos EUA, o Twitter está tendo que lidar com um verdadeiro "surto" de ódio que se seguiu à mudança no comando da rede social, adquirida formalmente na quinta-feira (27) pelo bilionário Elon Musk. Além de muitas vozes iradas que não se conformaram com a transição, o novo dono determinou o congelamento do acesso a ferramentas de moderação.
De acordo com a Bloomberg, a maioria dos componentes do chamado Conselho de Trust & Safety do Twitter, um grupo de organizações especializadas independentes espalhadas pelo mundo para controlar abusos na plataforma, perderam o acesso às ferramentas para alterar ou penalizar contas que violam as regras da comunidade.
Sem ter como controlar fake news, postagens ofensivas e discursos de ódio como nunca vistos, as intervenções estão limitadas a ocorrências de maior impacto que envolvam danos reais. Mesmo esse tipo de ameaça está tendo que ser contido e reprimido de forma manual, segundo informações de pessoas ligadas ao Twitter, afirma a Bloomberg.
Por que Elon Musk limitou o acesso dos moderadores do Twitter?
Fonte: Shutterstock/Reprodução.Fonte: Shutterstock
De acordo com a publicação britânica, as equipes do Twitter normalmente usam painéis conhecidos como "ferramentas de agente" para banir ou suspender contas que tenham violado a política da plataforma. Nas eleições presidenciais brasileiras, por exemplo, as pessoas que estavam de plantão tiveram acesso às ferramentas internas no domingo (30), porém com capacidade limitada, conforme os informantes da Bloomberg.
Essas restrições podem estar ocorrendo, segundo a publicação, como parte do congelamento do código-fonte do Twitter, para assegurar que alguns funcionários – que estariam na mira para serem demitidos – não consigam fazer nenhum tipo de alteração no aplicativo, enquanto ele se encontra nessa fase de transição para o comando total de Musk.
Para testar essa inação dos moderadores, a Bloomberg monitorou as postagens na plataforma, usando dados da central de inteligência de mercado Dataminr. Foi percebido um aumento de 1.700% no uso de um insulto racista que, em seu auge, apareceu 215 vezes a cada cinco minutos. O novo "Chief Twit", no entanto, nega qualquer tipo de mudança nas políticas de moderação de conteúdo do Twitter.
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